Na conferência diária acerca da incidência do novo coronavírus em Portugal, o secretário de Estado da Saúde começou por avançar que foram realizados, desde o dia 1 de março, "mais de 200 mil testes a Covid-19". "Temos hoje 1 milhão e 35 mil testes em stock", afirmou ainda António Lacerda Sales, acrescentando que foram distribuídos, esta semana, mais 265 mil testes pelas cinco administrações regionais de saúde e duas regiões autónomas.
"O Norte recebeu 45% dos kits, Lisboa recebeu cerca de 30%", tendo sido o restante distribuído pelas outras administrações regionais, explicitou o responsável.
"Continuamos empenhados em garantir que os testes chegam onde são mais necessários e a melhorar o tempo de resposta entre a colheita e o resultado. Este é um trabalho conjunto, uma corrida longa, e às vezes com obstáculos", frisou, reconhecendo e agradecendo aos profissionais que estão no combate à pandemia.
Papel do INEM no combate à Covid-19
Uma palavra também para o INEM que tem tido "um papel preponderante nesta pandemia". Fez cerca de "mil transportes no âmbito Covid-19 desde março e mais de 3.200 colheitas para análise", em recolhas ao domicílio, em lares e entre forças de segurança.
Mas as outras doenças não param e, por isso, Lacerda Sales fez questão de afirmar que "os cidadãos podem e devem ligar o 112 em caso de emergência ou de agravamento do seu estado de saúde". Antes da pandemia, "o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) recebia em média 3.800 chamadas. Hoje recebe menos 500 por dia".
A diminuição "resulta, naturalmente do confinamento, mas não pode resultar do receio dos cidadãos em recorrer ao Serviço Nacional de Saúde", uma vez que este "continua a dar resposta a quem dele precisa".
Já Luís Meira, presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica - INEM, começou por deixar uma palavra a todos os que estão na linha da frente do combate ao novo coronavírus. Reforçando as palavras de António Lacerda Sales, reiterou que "as pessoas podem ter confiança no sistema" e devem ter confiança que "está garantida a segurança para que a intervenção possa ser feita sem problemas e sem receio de virem a ser infetados pela Covid-19".
"Os circuitos estão bem definidos, os operacionais têm informação e têm os conhecimentos necessários para reduzir ao máximo o risco de poder haver risco de contaminação. É importante que as pessoas que têm necessidade de assistência médica não adiem o contacto com o SNS24 ou, nas situações mais graves, o 112", considerou.
Portugal vai 'escapar' às tragédias de outros países?
O secretário de Estado da Saúde referiu que "devemos assumir de forma responsável a curva que estamos a ter, uma curva em planalto. Esta curva é uma consequência do excelente comportamento e do excelente sinal de civismo que o povo português tem dado". "Não nos comparamos com outros países porque esta é uma luta global, não é uma disputa de números nem de países", acrescentou, solidarizando-se com as outras nações.
"A taxa de mortalidade relativamente aos doentes Covid é de cerca de 5.5 em Portugal por cada mil habitantes e é uma taxa inferior à da maioria dos países da Europa. Estão com menor taxa a Alemanha e a Áustria", revelou.
Diogo Cruz, o Subdiretor-Geral da Saúde, esclareceu que, "neste momento, estamos a classificar mortalidade por Covid todas as pessoas que faleçam por Covid, independentemente da causa básica" da morte. Isto quer dizer que "poderemos ter um número de óbitos maior comparativamente a outros países que classifiquem de forma diferente".
Veja a conferência na íntegra:
Segundo os dados revelados, esta quarta-feira, pela Direção-Geral de Saúde, foram registados no país, nas últimas 24 horas, mais 32 vítimas mortais, elevando o número total de mortos para 599 devido ao novo coronavírus.
No que diz respeito ao número de infetados devido à Covid-19 foram confirmados, no espaço de um dia, mais 643 casos. No total, há agora 18.091 de doentes no país.
[Notícia atualizada às 13h18]