O enfermeiro do Hospital Curry Cabral Nuno Moreira da Fonseca recordou, esta quarta-feira, nas redes sociais, que, apesar dos números da pandemia da Covid-19 em Portugal não serem tão dramáticos como noutros países, ainda não é tempo de voltar “a beijar e abraçar” e muito menos de cumprir tradições que impliquem aglomerados de pessoas.
Com uma fotografia emocionante, onde se vê um enfermeiro a cuidar de um doente diagnosticado com o novo coronavírus, Nuno Moreira da Fonseca abriu as ‘cortinas’ de uma janela que mostra o ‘mundo’ onde milhares de profissionais de saúde vivem há meses, em Portugal e não só.
“Por esta janela, vejam o meu mundo. O meu e o de tantos outros, pacientes e profissionais de saúde. Com entrega, incerteza e sofrimento. Mas sempre com muita esperança e diligência. Esta é também a janela da oportunidade. Da oportunidade de continuarmos a ser conscientes e escolher respirarmos sozinhos ou termos que ser assistidos. Este não é o momento de beijar nem abraçar. Os afetos e tradições têm que dar lugar ao cuidado e às recordações”, escreveu o enfermeiro do Curry Cabral no Instagram.
Na mesma publicação, Nuno lembrou que “a distância de agora será o reencontro ansiado amanhã” e frisou que os profissionais de saúde precisam que todos cumpram a sua parte para conseguirem ajudar todos os doentes.
“Recordem-se o quanto eu e todos os meus colegas precisamos do vosso apoio e cuidado na acção, optando pela razão em detrimento do coração. De outra forma, de que serve tudo o que de solidário estamos a fazer? Pensem nisto, evitemos o risco ainda nada está ganho, e tudo pode ser perdido. Perseverança tem que ser o que nos une”, rematou o profissional de saúde.
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Recorde-se que, esta quarta-feira, as autoridades de saúde portuguesas anunciaram que a Covid-19 já matou 599 pessoas em Portugal e infetou mais de 18 pessoas.