Açores: Autoridades dizem que há utentes sintomáticos no lar do Nordeste

Os resultados das segundas análises feitas a utentes e funcionários do lar do Nordeste, nos Açores, onde foram detetados casos de covid-19, ainda não estão concluídos, mas há utentes sintomáticos, segundo a Autoridade de Saúde Regional.

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© REUTERS/Guglielmo Mangiapane

Lusa
15/04/2020 21:57 ‧ 15/04/2020 por Lusa

País

Covid-19

"Não existem utentes com sinais de gravidade, senão já tinham sido transferidos para uma unidade diferenciada. Efetivamente há registo de alguns utentes que se encontram sintomáticos, por essa via, estando a decorrer as colheitas de amostras biológicas, iremos aferir se existem mais casos positivos no interior do lar", afirmou hoje, em Angra do Heroísmo, o responsável da Autoridade de Saúde Regional dos Açores, Tiago Lopes, no ponto de situação diário sobre o surto de covid-19 no arquipélago.

Foi hoje detetado um novo caso de covid-19 numa utente do lar da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, na ilha de São Miguel, já depois de esta ter morrido.

Segundo Tiago Lopes, o óbito ocorreu no lar e o corpo "foi transportado para o Hospital do Divino Espírito Santo [em Ponta Delgada]", onde foi feita a análise à covid-19, mas "foram tidos os devidos cuidados por via da sua proveniência e do contexto onde estava inserido".

O responsável da Autoridade de Saúde Regional revelou que a utente tinha "patologias crónicas associadas", mas disse que o caso integra a contagem de óbitos associadas à covid-19, mesmo que não esteja diretamente relacionado com o novo coronavírus.

"Consideramos todos os óbitos, pese embora não abone a favor de uma taxa de letalidade na região mais favorável. A verdade é que não nos importa a taxa em bom rigor e estar aqui a escamotear os números", afirmou.

Ao todo foram já confirmados sete casos de infeção pelo novo coronavírus em utentes do lar do Nordeste (tendo morrido três) e outros sete casos em profissionais de saúde.

O primeiro caso, detetado em 07 de abril, foi o de uma mulher de 88 anos, que terá sido infetada no hospital de Ponta Delgada, onde esteve internada, na sequência de contactos com profissionais de saúde, que integravam uma cadeia de transmissão local secundária iniciada no concelho da Povoação.

Na altura, foram testados todos os utentes e funcionários (cerca de uma centena), mas a Autoridade de Saúde Regional decidiu fazer segundas análises, estando ainda a aguardar os resultados.

Segundo Tiago Lopes, quando foi detetado o primeiro caso positivo de covid-19 no lar, foi também feito um "reforço de equipamento de proteção individual".

"Pese embora possam existir casos positivos, tanto ao nível dos funcionários como utentes, os profissionais têm esses equipamentos para poderem prestar melhor assistência e para se protegerem de possíveis casos que possam existir", apontou.

O responsável da Autoridade de Saúde Regional admitiu que a situação no lar do Nordeste é a que "motiva um maior nível de preocupação" atualmente nos Açores.

"À partida, estamos a crer que essa cadeia cessou, mas há aqui ainda alguma inconstância e temos efetivamente de assegurar e aguardar pelos resultados dos próximos dias para podermos dizer que está confinada", frisou.

Os Açores registaram hoje um novo caso de recuperação de infeção pelo novo coronavírus, mas o utente, da ilha do Pico, continua internado nos cuidados intensivos do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.

"Há a registar um caso recuperado da infeção pela infeção do novo coronavírus, pese embora não esteja ainda recuperado da sua condição clínica, portanto ainda exige observação atenta da equipa de saúde, embora tenha sido extubado da ventilação mecânica a que estava sujeito", revelou Tiago Lopes.

Foram já confirmados nos Açores 102 casos de covid-19, dos quais 86 estão ativos, tendo em conta que ocorreram 11 recuperações (cinco na Terceira, quatro em São Miguel, uma em São Jorge e uma no Pico) e cinco mortes (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que registou mais casos até ao momento (65), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (quatro).

Há 19 utentes internados nos três hospitais da região e no Centro de Saúde do Nordeste, estando cinco em cuidados intensivos.

Estão ainda em vigilância ativa 2.160 pessoas e 264 aguardam por colheita de amostras ou resultados laboratoriais.

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