"O decreto do Presidente da República vai ao encontro do nosso discurso"

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e António Sales, secretário de Estado da Saúde, fizeram ao final da manhã desta quinta-feira o habitual balanço sobre a incidência da pandemia da Covid-19 no país.

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Notícias ao Minuto
16/04/2020 12:58 ‧ 16/04/2020 por Notícias ao Minuto

País

Covid-19

Na conferência de imprensa desta quinta-feira, o secretário de Estado António Sales Lacerda começou por revelar que a linha SNS24 está a receber “9.500 chamadas diárias", reforçando que este canal “deve [continuar a] ser utilizado em caso de dúvida relativamente a outras patologias”.

Sobre material que chegou a Portugal, o governante avançou que o país recebeu esta semana mais “900 mil respiradores FFP2 e FFP3 e seis milhões de máscaras cirúrgicas”. 

Temos de aprender a viver com o vírus, com a consciência de que a única vacina de que dispomos no momento é o distanciamento social. O regresso à normalidade terá de ser feito gradualmente, respeitando orientações técnicas internacionais. Só assim garantiremos que o Serviço Nacional de Saúde se vai adaptando", reiterou António Sales, pedindo "um esforço adicional de todos os portugueses". 

Questionado pelos jornalistas sobre o número de mortes nas unidades de cuidados intensivos, o secretário de Estado referiu que, nas últimas 24 horas, “não houve nenhuma morte", exceto no Hospital de São João, no Porto, onde "há dúvidas sobre se houve ou não um óbito". 

António Lacerda avançou também que há neste momento, 2.131 casos de profissionais de saúde infetados, "sendo que 396 são médicos, 566 enfermeiros e nos restantes 1169 são assistentes e outros técnicos"

Do novo decreto do Presidente da República ao cerco de Ovar

Sobre o decreto do Presidente da República enviado , esta quinta-feira, para o Parlamento com o pedido de renovação do estado de emergência, e que admite a reativação gradual dos estabelecimentos, o governante garantiu que o diploma está em linha com as recomendações das autoridades de saúde e da tutela. 

"O decreto do Presidente da República vai ao encontro do nosso discurso sempre cauteloso. Aliás, o regresso à atividade mais normal não é incompatível com aquilo que é a manutenção da conteção social e as medidas que temos tomado ao longo deste tempo", sustentou Sales Lacerda.

Interrogado sobre se o cerco sanitário de Ovar vai ser levantado amanhã, como previsto e avançado pelo autarca da referida localidade, o governante passou a palavra a Graça Freitas, que começou por denotar que o "retorno à atividade normal" é 'normal' na medida em que vivemos no "mundo com Covid-19". "Não podemos recuar a 30 de dezembro de 2019. Vamos ter de compatibilizar uma nova forma de estar na vida", reiterou afirmando que "Ovar é um bom exemplo" desta realidade

"Ovar foi alvo de medidas extraordinárias a dada altura porque tinha uma dinâmica da doença muito intensa e, entretanto, felizmente, a evolução da situação e a avaliação do risco epidimiológico indica que já não é uma situação especial. Ou seja, Ovar tem características semelhantes a outras zonas do país", argumentou. 

A diretora-geral de Saúde concluiu ainda que, de acordo com as autoridades de saúde, a localidade tem todas as características reunidas para que regresse "a uma certa normalidade". 

"Está neste momento controlado. Por outro lado, houve um reforço da capacidade do Serviço Nacional de Saúde às situações de doença e por outro temos de pensar no fator social de uma população que foi sujeita a um maior stress por estar com medidas especiais", sublinhou. 

Sobre se o cerco é levantado à manhã ou não, Graça Freitas disse não ter a certeza da data em concreto, mas que estaria previsto para dia "18 ou 19 de abril" e não esta sexta-feira. 

Recorde-se que, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado esta manhã pela DGS, o número de mortos em Portugal aumentou para 629 (mais 30 vítimas mortais nas últimas 24 horas) e de infetados para 18.841 (mais 750 face a ontem).

Reveja a conferência aqui: 

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