Em comunicado, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) adianta que a empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento FASTinov pretende "contribuir para tratar rápida e adequadamente doentes graves infetados pelo novo coronavírus e secundariamente por bactérias, encurtando o tempo de internamento e diminuindo o risco de morte.".
Citada no comunicado, Cidália Pina-Vaz, cofundadora da FASTinov e docente da FMUP, afirma que, com o internamento em unidades de cuidados intensivos e a ventilação mecânica, podem "inevitavelmente" surgir "complicações infeciosas secundárias de etiologia bacteriana" nos doentes com a covid-19.
Segundo a especialista em microbiologia, estas infeções secundárias poderão "agravar notoriamente" o quadro clínico dos doentes e atrasar a sua recuperação, contribuindo para "aumentar significativamente a mortalidade e morbilidade".
"A instituição de terapêutica antimicrobiana direcionada, eficaz e em tempo útil, bem como a prevenção de propagação de organismos multirresistentes, são aspetos prementes na prestação de cuidados de saúde a doentes críticos", refere Cidália Pina-Vaz, que é também investigadora no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS).
De acordo com a FMUP, estes novos testes, que são disponibilizados pelo valor de custo aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), "permitem detetar rapidamente a suscetibilidade do agente bacteriano isolado de hemoculturas e a instituição de uma terapêutica antimicrobiana dirigida", bem como evitar a "propagação de bactérias multirresistentes".
A tecnologia desenvolvida pela FASTinov "permite fazer os testes em apenas duas horas, contrariamente às 48 horas requeridas pelos testes disponíveis atualmente nos laboratórios", avança a FMUP, acrescentando que a metodologia já foi testada para os principais agentes bacterianos e antibióticos e se encontra patenteada na Europa, Estados Unidos da América e Japão.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.
Portugal regista 629 mortos associados à covid-19 em 18.841 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.