Chegaram a Portugal "66 ventiladores, vindos da China"
A conferência de imprensa contou hoje com a presença da diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, e do secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
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País Coronavírus
Na conferência de imprensa desta segunda-feira, dia 20 de abril, sobre a evolução da pandemia Covid-19 em Portugal, António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, abriu a conferência de imprensa diária anunciando que chegaram, este domingo, a Portugal "66 ventiladores, vindos da China, 63 do quais adquiridos pela ASS e os outros três por autarquias”.
"Esses ventiladores serão distribuídos de imediato pelo país: 40 ficam no Norte e Centro e os restantes 23 distribuídos por unidades hospitalares em Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve", informou Lacerda Sales.
O secretário de Estado da Saúde aproveitou para revelar, esta segunda-feira, que “Portugal regista uma taxa de ocupação em unidade de cuidados intensivos de 54%" e que 87,8% dos doentes infetados estão em casa, 5,8% em internamento, dos quais 1% em cuidados intensivos.
Antes de avançar para as perguntas dos jornalistas, o secretário de Estado da Saúde quis deixar uma nota pessoal. “Na minha carreira, como médico ortopedista, operei muitas ancas, joelhos, articulações, acompanhei muitas recuperações dos meus doentes e lembro-me muito bem dos receios destes doentes, após a cirurgia, sendo por isso muitas vezes necessário reforçar a confiança nas suas capacidades. Neste momento, é exatamente isso que precisamos. Os portugueses também têm receios e é preciso, mais do que nunca, reforçar a confiança dos portugueses e reforçar a capacidade do SNS”, contou.
"Plano intenso" de rastreio de todos os lares começará pelo Norte
Já na fase das perguntas, Graça Freitas foi questionada sobre a estratégia nacional relativamente ao número de casos suspeitos. A diretora-geral da saúde esclareceu que neste momento o SNS utiliza "uma malha muito larga", ou seja, prefere "apanhar muitos casos que não sejam positivos do que não apanhar um que é positivo”.
Isto é, “todas as pessoas que ligam para o SNS24 e que apresentam sintomas, mesmo que muito ligeiros, entram numa plataforma em que são considerados suspeitos”, mesmo acabando muitos por testar negativo.
Sobre o número de testes feitos ao utentes de lares de idosos, Graça Freitas explicou que há duas políticas neste “plano muito intenso” de testagem. Uma é a de testar “num lar onde apareça algum caso com sintomas, seja profissional ou utente, aí há uma política de testar rapidamente todo o lar”. A outra política é a dos “testes de rastreio” que estão a ser feitos num programa em colaboração com autarquias e a academia. “Esse plano vai cobrir progressivamente todos os lares, inicialmente pela zona Norte” e depois chegando a todo o país, progressivamente.
Já António Lacerda Sales adiantou que Portugal é dos países europeus que mais faz testes. Podem ser necessários "ajustes, todos os dias estamos a aprender, a melhorar e a afinar, mas a verdade é que somos dos países que mais testam a nível europeu", disse.
Políticos com máscaras cirúrgicas?
Já questionada sobre a utilização de máscaras cirúrgicas por deputados e membros do Governo, Graça Freitas lembrou que esta não pode “comprometer a necessidade maior, que é o seu uso por profissionais de saúde”. No entanto, sublinhou, se estão a ser usadas, “é porque o mercado tem capacidade de abastecer, porque nós estamos a conseguir abastecer o mercado do SNS”.
Mortos com Covid-19 em casa
Sobre as pessoas que morrem devido à Covid-19 em casa, a Diretora-Geral da Saúde começou por garantir que os doentes infetados, que estão nas suas residências, “estão a ser acompanhados por médicos e enfermeiros”. Contudo, assumiu que houve mortes nestas circunstâncias e que estas têm de ser investigadas. “É um número relativamente pequeno de casos, mas sabemos que existe. Temos de perceber o que derivou de vontade dos próprios ou o que derivou de outros fatores, iremos averiguar”, disse.
Estudos ao plasma de doentes recuperados
António Lacerda Sales confirmou que "existe uma vontade grande por parte de algumas instituições, em termos de ensaios clínicos” em utilizar plasma de doentes recuperados.
Hostel com mais de 100 infetados
Relativamente aos cerca de 200 hóspedes que estavam alojados num hostel onde se detetou um caso positivo do novo coronavírus, Graça Freitas explicou que com a grande “concentração” de pessoas no local, foi necessário avançar com um plano de testes. Este caso, salientou a secretária-geral da saúde, “reflete" o que têm dito. "A concentração de pessoas num espaço é o que define o contágio.”
Recorde-se que, esta segunda-feira, o boletim epidemiológico revelou que a Covid-19 já matou 735 pessoas em Portugal e infetou 20.863.
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