Polémica é "tentativa de aproveitamento dos inimigos do 25 de Abril"

A Associação de 25 de Abril lamenta a polémica criada em torno da celebração do Dia da Liberdade na Assembleia da República (AR) e anuncia que vai fazer-se representar pelo capitão Luís Augusto Sequeira.

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Melissa Lopes
20/04/2020 19:11 ‧ 20/04/2020 por Melissa Lopes

País

25 de Abril

A decisão de celebrar o Dia da Liberdade no Parlamento "está a ser alvo de uma desesperada tentativa de aproveitamento pelos inimigos do 25 de Abril para, de forma oportunista e populista, atacarem o acto que os afastou do poder, porque derrubou a ditadura que os sustentava", critica esta segunda-feira a Associação 25 de Abril (A25A), num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, lamentando toda a polémica suscitada.

"Infelizmente, este aproveitamento parece estar a conseguir criar uma divisão exacerbada dentro da sociedade, que se encontra preocupada e ansiosa com os tempos que se vivem, mas que tem demonstrado até hoje um enorme e louvável cinismo frente a esta terrível situação", lê-se na nota, na qual a A25A diz respeitar "totalmente, sem hesitações ou limitações, a decisão da AR". 

A associação presidida por Vasco Lourenço esclarece que considera ser esta "uma forma apropriada de homenagem à data da conquista da Liberdade e da Democracia, que criou o Estado moderno que, por sua vez, permitiu a existência do SNS, jóia da coroa, que hoje, na linha da frente, se levanta e luta pela vida e saúde de todos nós". 

Por isso, a A25A "felicita a Assembleia da República e o seu Presidente, pela decisão assumida, renovando a mensagem de que a Liberdade e a Democracia se sobrepõem à crise e dela sairão fortalecidas", assim como o Presidente da República, o primeiro-ministro e os presidentes dos Tribunais "por terem decidido participar na referida sessão solene". A associação felicita também os deputados que estarão presentes, "e que têm estado ao longo das últimas semanas, sem esmorecer, trabalhando como tantos milhares de portugueses, para que o País não pare". 

Respondendo ao convite do presidente da Assembleia da República, e querendo respeitar as actuais regras de contenção, a A25A far-se-á representar na mesma sessão apenas por um Capitão de Abril, Luís Augusto Sequeira, presidente do Conselho Fiscal, anuncia. 

A Associação termina com uma mensagem de esperança para o futuro, fazendo o paralelismo com o passado. 

"Os tempos são difíceis, o futuro coloca-nos grandes desafios, sonhar parece hoje mais utópico que nunca! Mas, tal como há 46 anos, quando decidimos tudo arriscar para demonstrar que o sonho era possível, hoje, coerentes com as nossas obrigações e deveres cívicos, éticos e morais, voltamos a sonhar e, porque 'o sonho comanda a vida', confiamos na realização de um novo sonho: vamos vencer, vamos construir um Portugal mais livre, mais democrático, mais justo, mais igual e mais solidário, em Paz, enfim, um Portugal mais Abril!", pode ler-se. 

Numa sessão em que se prevê estarem, ao contrário dos 700 no ano anterior, no máximo 130 pessoas, devido à necessidade de distanciamento social para responder à pandemia, a associação estará representada apenas por uma pessoa, um capitão de Abril, Luís Augusto Sequeira, presidente conselho fiscal.

Este ano, a associação cancelou as comemorações populares para assinalar os 46 anos do 25 de Abril, e pediu aos portugueses que, em casa, às 15:00, vão às janelas e às varandas cantar "Grândola Vila Morena", uma das senhas do golpe e uma canção-símbolo da Revolução dos Cravos.

Portugal registava na segunda-feira 735 mortos associados à covid-19 em 20.863 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

O país cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".

Em 25 de abril de 1974, um movimento de capitães derrubou a ditadura de 48 anos, de Marcelo Caetano, chefe do Governo, e Américo Tomás, Presidente da República, um golpe que se transformou numa revolução, a "revolução dos cravos".

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