De acordo com o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Castro, foram transportados 169 cidadãos estrangeiros, dos quais 136 testaram positivo à presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2), sete cujos resultados foram inconclusivos e 26 cujos resultados dos testes foram negativos.
Estas pessoas permanecerão em quarentena, durante duas semanas, nas instalações da Base Aérea da Ota, concelho de Alenquer, distrito de Lisboa.
Questionado pela agência Lusa sobre a razão pela qual o transporte destes cidadãos apenas se iniciou depois das 00:20, Carlos Castro explicou que o processo "demorou o tempo que foi necessário para se fazer com total segurança", não só para estas pessoas, mas também para os profissionais de saúde e elementos das forças de segurança responsáveis pela operação.
Na segunda-feira, o presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, afirmou que esta base aérea dispõe de 500 camas preparadas para acolher pessoas com a doença covid-19.
O hostel, na Rua Morais Soares, em Lisboa, que albergava estas pessoas, foi alvo de uma desinfeção.
"Este hostel tinha um total de cerca de 185 pessoas residentes e alguns profissionais e, portanto, foram sendo feitos testes a toda esta população" e "muito deles deram positivo", adiantou na segunda-feira a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Uma vez que as pessoas que estavam no hostel são, na sua maioria, imigrantes e refugiados, a Lusa contactou o Conselho Português para os Refugiados (CPR) para saber se este é o procedimento comum no caso de requerentes de proteção.
A presidente do CPR disse que aquele organismo está a acompanhar atualmente 950 requerentes de proteção, cerca de 800 dos quais se encontram em alojamentos externos aos serviços, em hostels na cidade de Lisboa.
Mónica Farinha reconheceu que a solução "não é a ideal em termos de acolhimento, mas, tendo em conta o aumento dos pedidos desde há uns anos e a demora na transição dos requerimentos, foi a forma encontrada", devido à sobrelotação dos centros de acolhimento do CPR.
"É uma grande preocupação que temos, não garantimos o isolamento social, pois há vivência comunitária, nas cozinhas e WC [casas de banho] partilhados, e nos espaços comuns. Sabemos que as pessoas não estão confinadas nos quartos", explicou.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 167 mil mortos e infetou mais de 2,4 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 537 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 735 pessoas das 20.863 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Das pessoas infetadas, 1.208 estão hospitalizadas, das quais 215 em unidades de cuidados intensivos, e mantém-se as 610 dadas como curadas.
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".