O ministro da Defesa visitou, esta quarta-feira, o centro de acolhimento para doentes com Covid-19 na base aérea da Ota, onde estão em "isolamento profilático" 169 cidadãos estrangeiros que residiam num hostel em Lisboa. Assegurou João Gomes Cravinho que o Governo não tem conhecimento de mais "nenhuma situação como esta".
Em declarações aos jornalistas, durante a visita ao Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, o governante vincou porém que, pese embora não haja indicação de situações similares, "temos de estar preparados para essa possibilidade".
Assumiu o ministro que estes migrantes, "ao que tudo indica, não estavam [alojados] de acordo com os critérios", referindo-se às circunstâncias em que foram encontrados. Mas esse é um trabalho de análise que, como assegurou, está a ser feito pela ASAE.
O governante aproveitou a oportunidade para enaltecer a "capacidade de preparação das Forças Armadas, que permitiu acolher estes migrantes". De momento, as Forças Armadas têm capacidade instalada de 1.300 camas, com possibilidade de chegar às 2.300 se necessário.
Esta é, como ressalvou João Gomes Cravinho, uma operação de "complexidade", já que estão em causa 29 nacionalidades e um cidadão apátrida. Neste contexto, estendeu os agradecimentos à Câmara de Alenquer, que "está a trabalhar para fornecer bens necessários" a estes migrantes.
A secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira, que também marcou presença nesta visita, adiantou aos jornalistas que "neste programa de Governo está prevista uma revisão do modelo de acolhimento dos requerentes de asilo e refugiados". Este é um "processo que está a ser revisto" para que sejam acauteladas as melhores condições para estas pessoas.
Recorde-se que dos 169 cidadãos estrangeiros hospedados no hostel, 136 testaram positivo à presença do novo coronavírus, sete tiveram resultados inconclusivos e 26 testaram negativo. O grupo manter-se-á no centro de acolhimento instalado na base da Ota por duas semanas.