Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública detiveram 184 pessoas por desobediência durante o segundo período de Estado de Emergência, de 3 a 17 de abril. Em conferência de imprensa de balanço, as autoridades sublinham "o cumprimento alargado por parte dos cidadãos confinamento e isolamento social", assim como a "cooperação genérica por parte dos cidadãos", num "clima de acatamento das normas vigentes".
"Das centenas de milhar de interações com cidadãos não registamos praticamente incidentes", referiu o diretor do departamento de operações da Polícia de Segurança Pública, Luís Elias., destacando ainda o "profissionalismo" e "a postura pedagógica, didática e profissional de todos os elementos da segurança".
Durante o período de 3 a 17 de abril, a PSP fez 118 detenções, 29 por desobediência à obrigação de confinamento domiciliário. 74 por desobediência dever geral de recolhimento, um por desobediência interconcelhia, sete devido a estabelecimentos que deviam estar encerrados, seis por resistência e coação. Este força de segurança realizou, em média, 461 operação por dia.
A PSP diz ter identificado 90.613 cidadãos, 25.500 idosos, aos queis foi prestado aconselhamento didático. "Registámos muitas situações de carência, isolamento e solidão", sublinhou.
Por parte da GNR, de 3 a 17 de abril, realizaram-se 26.617 acções de fiscalização e sensibilização e cinco operações diferentes. "Há que louvar a atitude e comportamento da esmagadora maioria dos cidadãos", elogiou o responsável. Esta autoridade deteve 66 pessoas neste período. 15 das detenções por violação recolhimento obrigatório e 20 violação de cerca sanitária de Ovar.
Acompanhe aqui a conferência:
Conferência de imprensa conjunta da GNR e PSP sobre o Estado de Emergência https://t.co/mZR1nqIJIb
— Adm.Interna PT (@ainterna_pt) April 24, 2020
Questionados sobre se com o retomar progressivo de alguns setores de atividade poderão levar ao maior incumprimento das regras de distanciamento social, Luís Elias explicou que os procedimentos irão ser adequados no sentido de evitar a aglomeração de pessoas em estabelecimentos. "Estaremos preparados para isso".
"Se poderá haver maior tendência para as pessoas usufruírem o espaço público, é natural que sim, haverá uma tendência para as pessoas quererem sair de casa", reconheceu o responsável da PSP, sublinhando que espera que tal aconteça seguindo as normas básicas de distanciamento social. "Uma maior liberdade implicará também uma maior responsabilidade", avisou.
Quanto aos próximos dias, em especial nos fins de semana e antevendo-se bom tempo, "não hesitaremos em condicionar ou cortar o trânsito" nos locais onde se verifique maior aglomeração de pessoas, nomeadamente em áreas balneares e zonas de lazer. "Fá-lo-emos sempre em coordenação com os municípios, mas gostaríamos de não o fazer", preferindo que "os cidadãos adotassem as medidas preventivas nas saídas à rua e que o fizessem pelo "tempo estritamente necessário".
Como já aconteceu no período da Páscoa, a PSP vai estar presente nos principais eixos rodoviários, quer nas entradas e saídas das principais do país, incluindo nos Açores e na Madeira onde serão fiscalizadas as cercas sanitárias.
1.º de Maio. PSP planeia celebrações com CGTP
A GNR referiu ainda que tem uma operação a decorrer nas estradas de todo o país até segunda-feira, garantindo que a presença das autoridades "é sempre garantida". "Com 1.º de maio ou sem 1.º de maio", de modo a que sejam cumpridas as regras do Estado de Emergência.
Sobre o 1 de maio, a PSP afirmou já ter reunido com a CGTP para planear as diferentes celebrações a nível nacional, no sentido de se evitar aglomerações. O diretor do departamento de operações disse ainda que o principal requisito previsto é a limitação do número máximo de participantes e a manutenção das distâncias de segurança entre as pessoas.
Segundo este oficial de polícia, a UGT não tem previstas celebrações do Dia do Trabalhador na via pública.
Luís Elias frisou que a PSP vai voltar a reunir com a CGTP para "planear todo o processo de celebração ao nível nacional o dia do Trabalhador", manifestando disponibilidade desta força de segurança em "colaborar e garantir a segurança destes eventos".
Criminalidade baixou
De acordo com a GNR, se fizermos uma análise da criminalidade e de toda a atuação policial neste período com o período homólogo do ano passado, "temos baixas significativas". Por exemplo, a GNR registou um decréscimo de ocorrências de 34.2%, de crimes 37,6% menos, detenções menos 59%, acidentes rodoviários menos 68%. "Se dúvidas houvesse, o país está, efetivamente, parado".