Póvoa de Varzim prevê limitações na época balnear

O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, antecipou hoje limitações no acesso às praias do concelho durante a época balnear, devido à pandemia de covid-19, e considerou ser necessário um "reforço na fiscalização".

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Lusa
24/04/2020 16:28 ‧ 24/04/2020 por Lusa

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Covid-19

"Terá que haver mais meios, quer seja através dos fuzileiros ou da Polícia Marítima, para reforçar a fiscalização. Temo que nos períodos de maior calor, quando recebemos muitos visitantes, seja difícil controlar o acesso e o número de pessoas que vão estar em permanência nas praias", disse Aires Pereira, presidente da autarquia.

O autarca pretende, também, que as novas regras de acesso às praias, que estão a ser preparadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), sejam "clarificadas o mais rapidamente possível", vincando "o forte impacto económico" que a época balnear tem no concelho.

"É preciso tomar medidas rapidamente para evitar a desorganização. É algo que tem um forte impacto na vida económica dos concessionários, dos nadadores salvadores, e de vários setores do concelho. Convém que a preparação seja feita com tempo, e não em junho quando começa a época balnear", vincou.

O autarca poveiro, eleito pelo PSD, considerou que "tem havido um aligeirar das responsabilidades do Governo 'atirando-as' para as autarquias", mas apontou que nesta matéria da organização da época balnear "isso não pode acontecer".

A APA está a definir as principais regras do funcionamento da época balnear em Portugal este ano, estando previstas reuniões com municípios sobre o tema para que, até 6 de maio, seja elaborado um manual de práticas.

A Póvoa de Varzim é uma das mais concorridas estâncias balneares da região Norte do país, sendo, sobretudo, nos meses de verão frequentada por milhares de visitantes de concelhos vizinhos, nomeadamente do interior.

A coordenadora do Programa Bandeira Azul afirmou na quarta-feira que as praias nacionais vão ter lotação máxima de banhistas durante a época balnear, na sequência da pandemia, que vai ser calculada em função da "capacidade de carga" de cada praia.

"As praias, sendo espaços públicos, também terão de ter os procedimentos e regras a serem implementados para segurança de todos e que têm a ver, obviamente, com o distanciamento social", para impedir a propagação da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus, explicou à agência Lusa a coordenadora nacional do programa Bandeira Azul da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), Catarina Gonçalves.

A responsável disse que está a ser elaborado um "manual de procedimentos sobre o acesso às praias" de Portugal, um trabalho que está a ser desenvolvido por várias organizações, entre as quais a Marinha portuguesa, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) e a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Este guia deve estar pronto "na primeira semana de maio", sublinhou Catarina Gonçalves, e incorporará a capacidade de carga de cada praia.

Catarina Gonçalves referiu, contudo, que nas praias é "muito mais complicado" implementar estas medidas, uma vez que "não se pode pôr uma fita amarela" para definir o espaço utilizado pelos banhistas.

Portugal regista hoje 854 mortos associados à covid-19, mais 34 do que na quinta-feira, e 22.797 infetados (mais 444), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na Póvoa de Varzim foram registados 95 casos positivos desde o início da pandemia.

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