"Olhando para o período de 16 a 20 de abril, este risco de transmissão ao longo do tempo subiu um bocadinho", disse Marta Temido em conferência de imprensa, dando conta que da última vez em que abordou o assunto esse risco era de 0,95%.
Na ocasião, o risco de um infetado contaminar várias pessoas "não era muito divergente nas várias regiões de saúde, enquanto agora é de 0,99 na região Norte, 1 no Centro e 1,2 em Lisboa e Vale do Tejo", especificou.
"Uma vez mais apelo para que nesta semana, que vai ser a nona depois do início do surto, tenhamos paciência, disciplina e capacidade de nos adaptarmos àquilo que é viver com a infeção", alertou a ministra.
O indicador (designado por "RT") é referente ao número médio de casos secundários de contaminação por cada pessoa infetada e é calculado à medida que a pandemia avança no tempo.
Estando a média em 1,04% significa que uma pessoa infetada contagia uma outra.
A governante sublinhou que "a doença não está ultrapassada, mantém-se a necessidade do cumprimento escrupuloso das medidas de saúde pública", destacando o distanciamento social, a etiqueta respiratória, a higienização e o uso de máscara em espaços fechados e com número significativo de pessoas.
Marta Temido declarou que "não haverá um regresso à normalidade" tal como se conhecia e é necessário "aprender a viver com a doença até que a vacina ou tratamento eficaz sejam identificados".
As autoridades de saúde estimam que o pico das infeções terá ocorrido entre 23 e 25 de março, assim como a sua incidência.
Na conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que, ao longo das várias fases da pandemia, vai haver um "abrandamento" dos vários indicadores, mas não "uma recuperação para zero".
A fase de recuperação vai ser atingida quando existiram "níveis mais baixos", "não sabemos o tempo que vai demorar", prevendo a possibilidade de surgirem "novas ondas" de infeção e uma vigilância rigorosa até surgir uma vacina.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 903 pessoas das 23.864 confirmadas como infetadas, e há 1.329 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.