DGS: Novos critérios para recuperados não decorrem de falta de testes
A decisão de diminuir o número de testes negativos necessários para considerar recuperados os doentes que estejam em casa não decorreu de uma escassez de testes, mas acompanha a informação científica, assegurou hoje a diretora-geral da Saúde.
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País DGS
Graça Freitas anunciou no sábado que os infetados com o novo coronavírus que estão em casa passam a ser considerados casos recuperados se ao fim de 14 dias tiverem um único teste negativo, em vez de dois, e se já não tiverem sintomas.
Questionada hoje na conferência de imprensa diária sobre a situação da pandemia do novo coronavírus em Portugal sobre o que motivou esta decisão, a diretora-geral da Saúde assegurou que a alteração "não tem rigorosamente nada a ver com a disponibilidade de testes".
"Obviamente que a decisão de fazer apenas um teste foi tomada com base nos últimos artigos científicos que têm sido publicados e também com base na consulta de alguns peritos, quer da Direção-Geral da Saúde (DGS), quer daqueles que habitualmente temos num painel de especialistas", afirmou.
Segundo a explicação adiantada pela diretora-geral, o número de partículas virais na orofaringe e na nasofaringe dos doentes com sintomatologia ligeira é muito pequeno, já na altura em que é realizado o teste de diagnóstico, e na ausência de sintomas não existe prova de que estas partículas se repliquem, ou seja, de que os doentes continuem a transmitir a doença.
Até agora, todos os infetados precisavam de ter dois testes negativos, com um intervalo de 24 horas, para serem considerados recuperados.
Os doentes internados em hospitais continuarão a precisar de ter dois testes negativos, com um intervalo de 24 horas, para serem considerados recuperados da doença covid-19, provocada pelo novo coronavírus.
Graça Freitas adiantou ainda que quem estava ao abrigo da norma anterior, que previa a realização de dois testes, pode continuar a fazê-lo, caso o médico que esteja a acompanhar assim o entenda.
A diretora-geral disse ainda que, ao contrário de alguns países europeus que dispensam a realização de testes negativos para considerar um doente recuperado, baseando-se apenas na remissão dos sintomas, Portugal mantém um duplo critério.
Portugal contabiliza 928 mortos associados à covid-19 em 24.027 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 25 mortos (+2,8%) e mais 163 casos de infeção (+0,7%).
Das pessoas infetadas, 995 estão hospitalizadas, das quais 176 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou 1.329 para 1.357.
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo já anunciou a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.
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