Questionada na conferência diária sobre a pandemia se as pessoas que morrem em casa ou em lares fazem o teste à covid-19 e se estes casos estão a ser notificados, Graça Freitas afirmou que, "em Portugal, não é possível ninguém ser enterrado, cremado, sem um certificado de óbito".
Os certificados de óbito são passados pelos médicos que sabem a causa da morte e que os registam na plataforma eletrónica SICO, o que permite ver "o número de mortes ao minuto", explicou.
"Em anos normais, sem covid, cerca de um terço das pessoas, varia um bocadinho de ano para ano, morre fora do hospital, sendo que as outras morrem em ambiente hospitalar", disse Graça Freitas.
Relativamente à morte pela infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal, as autoridades ainda vão mais longe: "Até estamos a medir a morte com covid mesmo que muitas vezes não seja o evento terminal".
"Portanto, não estamos a deixar escapar ninguém, obviamente estão aqui contempladas as pessoas que morrem em ambiente hospitalar, as pessoas que morrem no seu domicílio e também as pessoas que morrem nos lares", assinalou.
Neste momento, salientou, "a nível nacional, 93% das mortes ocorreram em meio hospitalar, 4% em lares e 3% em domicílio na residência habitual das pessoas".
"Todas as mortes estão a ser obviamente contabilizadas, é impossível não contabilizar porque é impossível as pessoas morrerem e serem enterradas ou cremadas sem ter um certificado de óbito e, portanto, sim todas estão a ser contadas", frisou Graça Freitas.
Portugal contabiliza 973 mortos associados à covid-19 em 24.505 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
O país vai terminar no sábado, 02 de maio, o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo deverá anunciar na quinta-feira as medidas para continuar a combater a pandemia.
Devido ao fim de semana prolongado, o Governo decretou, entretanto, a proibição de deslocações entre concelhos de 01 a 03 de maio.