Fonte da saúde pública da área de Lisboa e Vale do Tejo disse hoje à agência Lusa que surgiu pelo menos mais um novo caso de infeção.
Questionada pela Lusa sobre o número total de casos de infeção entre os passageiros desse voo e dos contactos em vigilância relacionados, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARLVT), responsável pela sanidade internacional no Aeroporto de Lisboa, remeteu para a Direção-Geral da Saúde (DGS) que, por sua vez, não respondeu até esta altura.
O primeiro caso de infeção confirmado surgiu no dia 14, no mesmo dia em que a DGS informou que todos os passageiros estavam a ser notificados.
"Todos são considerados contactos de risco, pois o voo (com duração de 24 horas) não tinha lugares marcados, a doente não sabe dizer em que lugar viajou e a maioria das pessoas acabou por interagir entre si", alertou a responsável da sanidade internacional do Aeroporto de Lisboa, Maria João Martins, num email com a lista dos passageiros enviado no dia 15 à Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, a que a Lusa teve acesso.
No entanto, só no dia 20 é que a ARSLVT, que tutela a sanidade internacional no Aeroporto de Lisboa, enviou a lista de passageiros às outras ARS, cujas regiões foram destino dos passageiros, de acordo com emails a que a agência Lusa teve acesso.
Dentro de Lisboa e Vale do Tejo, a listagem dos passageiros só chegou no dia 23 aos delegados de saúde para serem iniciadas as notificações dos passageiros e respetivos contactos de vigilância.
Confrontado pela Lusa, o coordenador da saúde pública na ARSLVT, Mário Durval, explicou hoje que a lista de passageiros continha apenas o nome e o contacto telefónico e foi necessário identificar as moradas de cada um em Portugal, tarefa que "demorou dois dias".
O responsável, que disse desconhecer a existência de mais casos além do primeiro que surgiu no dia 14, assim como de quantos contactos estão em vigilância relacionados com os passageiros desse voo, admitiu que a lista, já com as moradas, "podia ter chegado nos dias 18 ou 19".
Mário Durval reconheceu que os "processos por vezes atrasam".
No entanto, coordenador da saúde pública na ARSLVT desvalorizou o atraso, considerando que "não houve mais infeções", que "mesmo que houvesse mais infeções [entre os passageiros] os sintomas demoravam dias a aparecer", que "a doença não tem tratamento" e que "não é por isso que a epidemia não está controlada".
O voo de repatriamento trouxe 207 portugueses e outros quatro europeus.
Timor-Leste regista 24 casos de infeção confirmados, mas apenas 12 estão ativos e os restantes são considerados recuperados, disse hoje Sérgio Lobo, porta-voz do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) daquele país.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 224 mil mortos e infetou cerca de 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Cerca de 890 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a DGS.