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Ordem dos farmacêuticos sem registo de falhas de medicamentos

A Ordem dos Farmacêuticos (OF) garantiu hoje não ter notificação de doentes que devido à pandemia de covid-19 tenham ficado sem a medicação garantida pelas farmácias de hospitais, mas admitiu que a "menor referenciação" de outras patologias "acarreta preocupação".

Ordem dos farmacêuticos sem registo de falhas de medicamentos
Notícias ao Minuto

18:09 - 30/04/20 por Lusa

País Farmácia

"Não temos nenhuma notificação de que haja um único doente neste país que não tenha o seu medicamento que habitualmente é cedido na farmácia hospitalar. Dialogamos com as associações de doentes permanentemente. E temos insistido junto dos hospitais e da tutela para que o circuito do medicamento não falhe. Não tenho nenhuma informação - e teria com certeza se isso acontecesse - de falhas no circuito do medicamento no Sistema Nacional de Saúde (SNS)", referiu a bastonária da OF, Ana Paula Martins.

A responsável, que falava aos jornalistas depois de visitar o Hospital de São João, no Porto, mostrou-se "muito segura" de que "os farmacêuticos estão a garantir a segurança nos circuitos, mas também na cedência de medicamentos quer no hospital, quer para fora do hospital".

Ana Paula Martins disse que foram "encontradas alternativas também para os doentes que moram mais longe e são mais vulneráveis", referindo-se à rede de farmácia comunitária, bem como às iniciativas de associações de doentes, municípios e outras organizações sociais, conforme enumerou.

"Mesmo no que diz respeito à produção de medicamentos, neste momento não temos mais falhas do que as que tivemos antes [da covid-19]. Tivemos um reforço da capacidade de produção da indústria, temos 15 fábricas da indústria farmacêutica em Portugal a produzir de dia e de noite para garantir 'stocks' acima do habitual", disse Ana Paula Martins.

Questionada se tem conhecimento de falhas em tratamentos de oncologia, a bastonária da OF, que visitou o Hospital de São João ao lado do bastonário da Ordem dos Médicos e do presidente do conselho de administração deste centro hospitalar e universitário, admitiu que tenham existido impactos, mas disse estar a "acompanhar".

"No IPO [Instituto Português de Oncologia], e estive no de Lisboa hoje, que é um hospital de fim de linha, o que me foi relatado é que houve menos início de novos tratamentos porque houve menos referenciação, mas em termos de hospital de dia no caso do IPO não houve grande modificação. Acredito que em outros hospitais, como este que é de referência covid no Norte do país, tenha existido outro tipo de impactos. A menor referenciação, preocupa-me naturalmente, mas acompanhamos a situação", disse Ana Paula Martins.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 989 pessoas das 25.045 confirmadas como infetadas, e há 1.519 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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