O navio português foi detetado às 7h54 de domingo (11h54 em Lisboa) pela Guarda Costeira argentina, numa patrulha ao longo das 200 milhas da zona de pesca exclusiva do país, na sequência da presença de navios estrangeiros naquela zona, nos últimos dias.
A Guarda Costeira argentina indicou que a embarcação portuguesa estava a pescar a 199,75 milhas náuticas da costa, dentro de jurisdição argentina.
"Ao ser identificado por parte do navio da Guarda Costeira GC-27, o navio infrator mudou de direção, rumo às águas internacionais, sem cessar as tarefas de pesca, iniciando-se a perseguição, de acordo com o estabelecido na Convenção da ONU sobre o Direito do Mar", indicou a Guarda Costeira argentina, no boletim oficial.
De acordo com as autoridades argentinas, o Calvão "não acatou, inicialmente, as ordens da Autoridade Marítima, continuando a navegação com as redes na água, motivo pelo qual foi iniciada uma perseguição".
Ao fim de quatro horas, que incluíram tiros de advertência, o navio português deteve-se e permitiu o embarque das autoridades argentinas.
Neste momento, o navio português está a ser escoltado para o porto de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires, onde deverá chegar na madrugada de terça-feira.
A embarcação incorre em penalidades e processos judiciais por suposta infração do regime argentino de pesca e por resistência à autoridade ao tentar fugir.
Especializado na pesca de arrasto e de cerco, o Calvão foi construído em 1977, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo para a Empresa de Pesca de Aveiro. É conhecido por operar no Atlântico Sul a partir do porto de Montevidéu, no Uruguai.
Em 23 de abril último, a embarcação, na altura em águas internacionais, pediu ajuda para um tripulante doente, que foi resgatado pela Guarda Costeira argentina.
Na semana passada, as patrulhas de vigilância na Argentina foram intensificadas, depois de, no sábado anterior, um navio argentino ter difundido um vídeo em que se podem observar cerca de cem navios estrangeiros, na maioria chineses, a pescar ilegalmente na Zona Económica de Exclusão do país.