O briefing diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a situação da pandemia da Covid-19 contou, esta terça-feira, com presença do secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e de Diogo Cruz, subdiretor-geral da Saúde.
Saliente-se que o boletim epidemiológico dá hoje conta da primeira morte em Portugal no grupo etário dos 20/29 anos. Instigado a comentar este óbito, o subdiretor-geral da Saúde não quis tecer considerações sobre casos particulares.
Sobre os testes, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda, revelou que, no dia 1 de maio, foram feitos 12.501 testes e no dia 2 mais dez mil.
“Tem-se verificado durante os fins de semana alguma diminuição de testes, não por falta de oferta, porque a oferta mantém-se a mesma, mas porque muito provavelmente haverá uma diminuição da procura”, frisou.
“Testámos por milhão de habitantes mais de 44 mil testes, o que nos coloca numa posição confortável em termos europeus. O dia de maior testagem foi 30 de abril, com mais de 15 mil testes. O que tem havido é um reforço constante do nível de testagem", referiu.
Provas de avaliação final da 1.ª época de internato médico a partir de 8 de junho
O secretário de Estado da Saúde anunciou, esta terça-feira, que as provas de avaliação final da 1.ª época de internato médico, suspensas em março devido à pandemia da Covid-19, serão realizadas a partir de 8 de junho e o processo de avaliação final deverá ficar concluído em julho.
“São boas notícias para os jovens médicos, mas excelentes notícias para o SNS que não pára”, salientou.
António Sales revelou ainda que foram contratados 2.300 profissionais de saúde desde o início da pandemia. Destes, cerca de 750 são enfermeiros, mais de 100 são médicos, cerca de 1.100 são assistentes operacionais, 150 são técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e 150 assistentes técnicos. Contudo, garantiu, “continuaremos a reforçar e a robustecer o SNS para quem dele precisa”.
"Negócios de milhões sem contratos?" Lacerda Sales remete esclarecimentos para decreto-lei
Questionado sobre a manchete do Correio da Manhã desta terça-feira sobre alegados "negócios de milhões" do Ministério da Saúde em contratos por ajuste direito, o secretário-geral da Saúde remeteu esclarecimentos para o decreto-lei criado a 23 de abril, que prevê ajustes diretos por “motivos de urgência fundamentados”.
Ainda sobre esta questão Lacerda Sales garantiu que o caderno de encargos referentes aos contratos estarão brevemente disponíveis no portal Base Gov.
Suspensão de convenções com alguns privados "é mais ou menos normal"
Sobre a suspensão de convenções do Sistema Nacional de Saúde com algumas unidades de saúde privadas, o secretário de Estado da Saúde garantiu que “é uma situação mais ou menos normal” e que “algumas destas instituições, por dificuldade logística e de pessoal, acabaram por pedir a suspensão da sua atividade durante este período”. Contudo, acredita, “retomarão as convenções logo que tenham a capacidade para retomar a atividade”.
"Queda da taxa de vacinação no período de confinamento"
Já Diogo Cruz, subdiretor-geral da Saúde, revelou hoje que "houve uma queda da taxa de vacinação no período de confinamento”, apesar de todas as solicitações, adiantando que é natural que as pessoas tenham tentado cumprir as medidas decretadas pelo Estado de Emergência, ainda que, explicou, alguns motivos de saúde “fossem exceção a esse confinamento”.
“Estaríamos naturalmente à espera que houvesse uma quebra neste período, mas esperemos que seja recuperada nos próximos tempos com reabertura. Reitero a necessidade de se cumprir o programa nacional de vacinação de forma criteriosa”, apelou.
“Marquem as vacinas, não façam fila nos centros de saúde", rematou sobre este assunto.
Já sobre o regresso à "normalidade", Diogo Cruz esclareceu que os jantares de família são possíveis, mas há uma série de cuidados a ter em conta. “Podemos fazer um jantar de família com as devidas precauções, cautelas, distanciamento social. Não podemos fazer nos moldes que fazíamos antigamente, para conseguirmos continuar a combater esta pandemia”, notou o responsável.
De acordo com o subdiretor-geral da Saúde, é importante manter as medidas de higiene, distanciamento sanitário e etiqueta respiratória. “Deve-se tentar manter as regras que tivemos até agora, com mais liberdade, mas como presumo que nenhum de nós queira que exista uma segunda onda, devemos todos fazer o nosso papel de agentes de saúde pública e manter as recomendações”, disse.
Veja abaixo o vídeo da conferência, transmitida a partir do Ministério da Saúde, na Avenida João Crisóstomo, em Lisboa: