A Agência Regional de Saúde da Nova Aquitânia, região onde se situa a Dordonha, anunciou esta tarde em conferência de imprensa que o foco de covid-19 gerado pelo funeral de um português de 51 anos deu origem a nove casos positivos até agora.
Destes casos, oito pessoas são da família e uma outra pertencia à empresa em que trabalharia o português falecido. Nenhum destes infetados apresenta sintomas graves da doença, precisou Michel Laforcade, diretor da Agência Regional de Saúde da Nova Aquitânia.
Tal como já tinha sido anunciado na sexta-feira, o motivo deste novo foco terá sido uma aglomeração acima do que é permitido nas celebrações fúnebres.
Apesar de a celebração fúnebre na Igreja ter respeitado o limite de 20 pessoas, como indica a rádio "France Bleu", tanto na casa mortuária como depois numa reunião familiar, o número de pessoas que se juntaram foi muito superior a isso.
Esta situação foi relatada à agência Lusa na sexta-feira por João Carlos Sousa, presidente da associação portuguesa Lusitanos 24, com sede em Marsac sur L'Isle, na Dordonha.
"Não se compreende que a pessoa que organizou o funeral tenha deixado entrar tanta gente, porque o limite para um funeral são 20 pessoas. E, segundo consta, era muito mais do que isso.", indicou João Carlos Sousa.
O prefeito da região, Frédéric Périssat, alertou aos microfones da "France Bleu" que "esta é uma ilustração do que não se deseja que aconteça com o final do confinamento".
"É isto que não queremos que aconteça nas três próximas semanas [após o fim do confinamento em França], um descuido nas reuniões familiares ou nos encontros entre vizinhos onde uma única pessoa vai contaminar um número significativo de gente", indicou o prefeito.
Até agora, segundo a Agência Regional de Saúde da Nova Aquitânia, já foram testadas 127 pessoas que estiveram no funeral ou estiveram em contacto com pessoas que lá estiveram e os nove casos foram identificados nos resultados de 103 testes. O resultado dos restantes testes deverá ser conhecido até ao final do dia de hoje.
O funeral realizou-se no fim de abril na aldeia de Église-Neuve-de-Vergt, na Dordonha e terá acolhido pessoas não só da região, mas também familiares vindos da Suíça e de Portugal.
O primeiro caso foi detetado a 01 de maio e, desde aí, as autoridades sanitárias da região levaram a cabo uma investigação para conseguir identificar todos os possíveis portadores do vírus ligados a este funeral.
Desde o início da pandemia, a Dordonha registou no total 237 casos confirmados de covid-19, há atualmente 27 pessoas hospitalizadas e uma delas está em estado grave.