Questionado pelos jornalistas sobre a injeção de 850 milhões no Novo Banco, Marcelo afirmou "que o Estado português cumpre o que tem de cumprir". Ou seja, "assumiu um compromisso, tinha de o cumprir".
No entanto, "havendo, e bem, uma auditoria cobrindo o período até 2018 - a auditoria que tinha pedido há um ano -, faz todo o sentido o que disse o senhor primeiro-ministro no Parlamento: é politicamente diferente o Estado assumir responsabilidade dias antes de se conhecer as conclusões de uma auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes de o Estado assumir responsabilidades", defendeu o Presidente da República, lembrando que estava anunciado para maio o processo conclusivo da auditoria (cobrindo 2000-2018) ao Novo Banco.
O chefe de Estado deixou elogios ao primeiro-ministro afirmando que "esteve muito bem no Parlamento" quando disse que "fazia sentido que o Estado cumprisse as suas responsabilidades mas, naturalmente, se conhecesse previamente a conclusão da auditoria".
Confrontado pelos jornalistas se as suas palavras significam que Centeno "esteve muito mal", o Presidente respondeu, sem querer apontar o dedo ao ministro das Finanças. "Não. Significam aquilo que eu disse".
"Para os portugueses não é indiferente cumprir compromissos com o conhecimento exato do que se passou num determinado processo, ou cumprir compromissos e mais tarde vir a saber como é foi esse processo até 2018. É politicamente diferente, uma coisa ou outra", reforçou.
Perante a insistência dos jornalistas, Marcelo disse não ter mais nada a dizer. "O que eu disse foi claríssimo", frisou.
Ainda sobre o tema, António Costa rematou: "Depois do senhor Presidente, o primeiro-ministro nada tem a acrescentar". "A não ser que, como é sabido, sendo eu um otimista, não tenho a menor dúvida do que é que se seguirá no próximo ano", limitou-se a dizer.