João Penetra explicou à Lusa que, apesar de a instituição (SCMA), no distrito de Évora, ter começado a preparar a reabertura aos visitantes "por antecipação", não esperava que esta fosse permitida tão cedo e, por isso, o plano de atuação "não está terminado", um impedimento que disse ser transversal às instituições homólogas com as quais mantém contacto.
"Estávamos a apontar para o princípio de junho. Não conseguimos garantir a abertura na segunda-feira porque há investimentos a fazer em estruturas de proteção, acrílicos e pequenas obras", admitiu João Penetra, revelando que a SCMA já começou a preparar o regresso das visitas há uma semana, por saber que esse cenário era "inevitável".
As medidas de segurança já apontadas pela Direção-Geral da Saúde são "exequíveis" e algumas delas, como o registo dos visitantes, já eram tomadas antes de aparecer a pandemia, mas eram feitas de uma forma "mais geral".
Agora, trata-se de manter a segurança dos utentes, minimizando o perigo de surgimento de novos focos de contágio dentro dos lares, uma preocupação sempre presente, apesar de o concelho de Viana do Alentejo ser um dos poucos que ainda não registaram qualquer caso positivo de covid-19 desde o início da pandemia.
"Esse risco existe sempre. Por muito que as instituições trabalhem bem, nunca conseguem reduzi-lo a zero. Mas tenho a certeza de que todas vão fazer os possíveis para que isso não aconteça", assegurou o provedor da Santa Casa.
A instituição é responsável também pela creche da histórica vila alentejana e partilha mesmo três funcionários entre as duas valências nas questões "mais técnicas": psicomotricidade, animação e psicologia. Uma transversalidade que João Penetra acredita não comportar "um risco acrescido".
"Neste momento estão a trabalhar só com a terceira idade e usam todas as premissas para que não haja contágio. Portanto, se for necessário virem [à creche], não me parece que seja um risco acrescido", sustentou.
Quanto à ansiedade dos utentes e familiares pela reabertura das visitas, o provedor explicou que não sentiu qualquer tipo de pressão, até porque sempre foi permitido o contacto "através das novas tecnologias", mas admitiu que os utentes estão "ansiosos por ver os seus familiares".
"Uma finalidade máxima que nós temos é a qualidade de vida e a saúde e bem-estar dos nossos utentes. Para isso, às vezes, há que fazer algumas restrições e neste caso das visitas foi necessário", justificou João Penetra.
As visitas aos lares de idosos vão ser retomadas em 18 de maio, mas vão ser sujeitas a agendamento prévio e, numa fase inicial, serão limitadas ao máximo de uma visita por semana e por utente.
Numa informação publicada no seu 'site', a Direção-Geral da Saúde (DGS) refere que este limite de um visitante por utente uma vez por semana, com máscara, poderá ser ajustado mediante as condições da instituição e a situação epidemiológica observada na zona onde o lar está localizado.
As visitas vão ter um tempo limitado, não devendo exceder os 90 minutos.
As instituições têm de garantir o agendamento prévio das visitas, para que possa ser garantida higienização entre visitas e a manutenção do distanciamento físico apropriado, e organizar um registo, com indicação da data, hora, nome, contacto e residente visitado.