Como tinha sido prometido no passado domingo por Graça Freitas, a Direção-Geral de Saúde (DGS) divulgou, esta terça-feira, uma orientação sobre os cuidados aos recém-nascidos que devem ser adotados pelas maternidades, em Portugal, em tempos de pandemia.
De acordo com o documento, "o recém-nascido de uma mãe infetada com o novo coronavírus deve ser testado, sendo recomendado que o teste seja feito nas primeiras 24 horas após o nascimento".
Depois, se o bebé "estiver clinicamente estável e assintomático" poderá ter alta acompanhado pela mãe, se esta "também tiver alta", ou ficar a cargo de outro cuidador "que deverá estar saudável".
Sobre os partos de mulheres que tenham testado positivo ou que sejam suspeitas de ter contraído o novo vírus, a DGS defende que no parto "só deverão estar presentes os elementos estritamente necessários".
Contacto pele a pele, alojamento e amamentação
Ainda segundo a orientação, a opção do contacto pele a pele e alojamento após o parto “deve ser feita caso a caso, numa decisão partilhada entre a mãe e a equipa dos profissionais de saúde".
"A condição clínica da mãe e do recém-nascido, o desejo de amamentar, os recursos existentes para separar o recém-nascido e as condições existentes para um alojamento conjunto em segurança”, é sublinhado pela autoridade de saúde.
Quanto ao contacto "pele a pele" entre o bebé e mãe, a DGS defende também que deve ser respeitada a decisão de uma mãe que, por estar infetada, não queira "assumir o risco potencial de transmissão horizontal de SARS-CoV-2" através do toque após o nascimento. “Se a mãe, devidamente esclarecida, pretender contacto pele a pele, deve cumprir higiene rigorosa das mãos, mamas e tronco e utilizar máscara cirúrgica”, pode ler-se no documento.
No que diz respeito à amamentação, é ainda esclarecido que durante o processo as mães doentes com Covid-19 devem utilizar máscara "após uma higiene cuidada das mãos e das mamas".
Quando a mãe não estiver "clinicamente capaz de amamentar" ou quando for estipulado o afastamento temporário entre o bebé e a progenitora, "a extração mecânica pode ser uma alternativa e o leite pode ser administrado por um cuidador saudável".
A DGS deixa ainda a ressalva de que estas recomendações podem ser adaptadas à realidade de cada instituição e à avaliação clínica de cada caso".