Os três parques da Orbitur na região já estão a funcionar desde 20 de maio, mas os 15 pertencentes à Associação dos Parques de Campismo do Alentejo e Algarve (APCAA) só abrem portas na segunda-feira.
"Temos sido contactados por muitos clientes que querem perceber que medidas estão a ser tomadas e, após a explicação, mostram-se confiantes e efetivam a reserva", revelou à Lusa a gerente do parque campismo Valverde (Orbitur) na Praia da Luz, no concelho de Lagos.
Os primeiros clientes pós reabertura "já chegaram e são esperados mais até ao fim de semana", o que deixa Teresa Neto otimista quanto ao próximo verão, apesar de saber que a ocupação estará "longe dos valores do ano passado".
Considerando que "as pessoas estão a precisar de sair de casa", a gerente espera, por isso, "uma maior procura" por parte dos portugueses, mesmo só podendo oferecer dois terços da ocupação total do parque.
Durante o estado de emergência houve cancelamentos de reservas para maio e junho, mas "mantêm-se muitas" para julho e agosto, disse Teresa Neto, acrescentando que as novas marcações que tem recebido para o próximo mês são tanto de estrangeiros como de portugueses.
A dimensão do parque "permite um espaçamento entre as pessoas, o que é uma grande vantagem", e a adesão ao selo 'Safe & Clean' dá garantias a nível da "limpeza e higienização dos balneários, após cada utilização", destacou.
Apenas a sala de convívio, o parque infantil, a piscina e o restaurante "ainda se encontram fechados", aguardando o "delinear das medidas a adotar" para poderem ser abertos em segurança.
Já a Associação dos Parques de Campismo do Alentejo e Algarve (APCAA) aponta para 25 de maio a abertura dos parques "com todas as garantias de segurança exigidas" e com uma redução na área disponibilizada, uma vez que se prevê uma afluência "abaixo do normal" no mês de junho.
"Este é um período ocupado em 90% por clientes estrangeiros e só em julho e agosto é que vêm os clientes portugueses", revelou Joaquim Lourenço.
O dirigente da associação sublinhou estarem a pedir aos associados "que adiram ao selo 'Clean & Safe'" e os que não o façam, que sigam os planos de contingência criados antes do fecho dos parques de campismo.
Revelou, no caso particular do seu parque, ter recebido "muitas perguntas sobre as condições e até marcações" para acampar no verão com tendas, autocaravana ou 'glamping', no que considerou ser "uma adesão a este modo de férias ao ar livre".
Para Joaquim Lourenço, o caravanismo fora dos espaços legais merece "uma atenção especial das autoridades", destacando que "só dessa forma poderá haver mais clientes estrangeiros em junho".
O dirigente destacou que a informação para a abertura em 18 de maio "só chegou no fim de semana passado" e a existência de trabalhadores em regime de 'lay-off' implica uma obrigação legal de reinício da atividade "num período de oito dias" para seja possível manter "alguns dos trabalhadores nesse regime", já que a "lotação terá de ser reduzida em um terço".
Para a associação, "era importante que o Ministério da Educação tivesse uma visão construtiva do setor do turismo, que representa 17% do PIB nacional", destacando que os profissionais de saúde e agentes da autoridade "conseguem colocar os seus filhos na escola" e os do turismo "têm de estar com eles em casa com a telescola, sem poder preparar a época balnear".