Número de recuperados da Covid-19 deverá ultrapassar os 17 mil amanhã
Briefing diário conta, este sábado, com a presença de Marta Temido.
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País Covid-19
A conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus conta, este sábado, com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-Ggeral da Saúde, Graça Freitas.
Marta Temido iniciou o briefing diário com uma análise ao boletim epidemiológico de hoje e alguns esclarecimentos. A ministra da Saúde revelou que, nas últimas 24h, registaram-se 16 óbitos e não 13, como aparece nos dados do boletim deste sábado, porque três óbitos registados anteriormente, como estando relacionados com a Covid-19, na região Centro, decorreram afinal devido "um a enfarte e dois a septicemia".
Número de recuperados vai disparar este domingo
Outro dos esclarecimentos que a ministra da Saúde fez antes de passa a palavra aos jornalistas, foi que o relatório dos recuperados, que até agora, foi sempre feito por notificação direta dos hospitais e das autoridades de saúde vai sofrer uma alteração já este domingo, o que poderá revelar um grande aumento de casos recuperados em boletim.
“O TraceCovid que foi concebido para apoiar as equipas de saúde no controlo dos doentes, foi um programa concebido apenas para esse efeito, para acompanhar os doentes, mas foi atualizado e passou a incorporar um campo de registo para os clínicos que têm também o rótulo de doente recuperado, que não existia antes. Isto faz com que no TraceCovid existam à data um conjunto de doentes que têm registo de curado e que não estão traduzidos no relatório de informação”, começou por explicar Marta Temido.
“Desses utentes que têm registo de recuperados no TraceCovid, 9.652 têm pelo menos um teste negativo e amanhã serão incluídos no relatório de situação como recuperados”, anunciou, acrescentando que “para garantir que nenhum destes utentes era um caso já extraído, prevenir eventuais duplicações, fez-se um cruzamento do número de utente, para garantir que a informação é fiável”.
Isto quer dizer que, amanhã, o número de recuperados será de cerca de 17 mil, pois aos 7705 recuperados registados hoje no boletim serão acrescentados mais 9752 amanhã.
Novos casos podem dever-se a "momentos de relaxamento" no trabalho
Sobre a persistência do número de casos na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, que ao contrário do resto do pais não têm demonstrado uma evolução decrescente, a ministra da Saúde garantiu que o fenómeno não será um reflexo das medidas de desconfinamento adotadas.
“Tudo leva a crer que estejamos perante surtos de novos casos associados a determinados locais de trabalho e empreendimentos comerciais e industriais e também a algumas situações de obra, de construção civil”, descreveu, acrescentando que estes casos poderão estar relacionados com algum "relaxamento".
“Não serão os incumprimentos das regras gerais pelas estruturas laborais que estarão a originar, provavelmente, estes focos. Mas sim algum relaxamento nos momentos que não são de trabalho formal, como o almoço, mudas de roupa, eventual utilização de meios de transporte coletivos, que não transporte públicos”, afirmou Marta Temido.
Falsos positivos no futebol? INSA "vai reforçar vigilância"
Sobre a informação avançada hoje pelo jornal Expresso sobre os testes "errados" aos futebolistas, a governante garantiu que, "nos próximos dias, o Instituto Nacional Ricardo Jorge vai reforçar a sua vigilância, o seu acompanhamento, destas entidades, designadamente depois de uma reunião que já foi tida com a associação nacional de laboratórios e um incentivo do INSA a que estas entidades, todas elas, adiram a processos de melhoria de qualidade e boas práticas laboratoriais”.
E admite que “estes casos de falsos positivos têm obviamente impacto na forma como olhamos para os resultados, mas são casos muitíssimos limitados e têm sido todos explicados e identificados processos de melhoria”.
Medidas de distanciamento nos aviões recomendadas dependem das "características da aeronave"
Já Graça Freitas respondeu a uma questão relacionada sobre as medidas de distanciamento nos aviões. A diretora-geral da Saúde recordou que o regulador recomenda medidas de distanciamento tanto nos aeroportos como nos aviões, mas deixa ao critério das transportadoras a questão da lotação dos aparelhos, o que tem a ver com as características da própria aeronave. “Nós sabemos que seja em que situação for está recomendada a utilização de máscara tanto pela tripulação como pelos passageiros”, lembrou.
Sobre o contrates entre o que se pode fazer num avião e, por exemplo, na Cultura, a diretora-geral da Saúde explicou que não é pelo facto de se correr mais riscos em alguns locais que as medidas de proteção serão todas iguais. “Nós temos sempre tomado medidas proporcionais e não é o facto de um risco ser de uma determinada dimensão em determinadas circunstâncias que nos fará abrandar a minimização do risco noutras circunstâncias”, esclareceu.
Ministra assume "atrasos" nos salários dos enfermeiros
Quanto à polémica relacionada com as remunerações dos enfermeiros, depois das denúncias do sindicato e da Ordem, Marta Temido admitiu que houve “atrasos na entrega de alguns formulários necessários para que os processamentos remuneratórios fossem feitos em algumas instituições”, mas garante que “essa situação já foi corrigida” e que se mantém “atenta” a situações que possam ser “especialmente gravosas para os profissionais de saúde”.
"Não está equacionado" fazer testes a todos os trabalhadores dos jardins de infância
Já sobre a reabertura do pré-escolar, a ministra da Saúde salientou que “não está equacionado” fazer testes a todos os trabalhadores dos jardins de infância porque “o tipo de contacto com crianças do pré-escolar não é o mesmo das crianças de mais tenra idade”.
“Aquilo que admitimos é que o tipo de risco é diferente e a utilidade dos testes é diferente” neste caso, acrescentou Temido, salientando que os testes aos colaboradores de creches deram resultados muito baixos.
Temperaturas elevadas fragilizam vírus? Graça Freitas não acredita
Apesar do calor que está previsto para os próximos dias, Graça Freitas reiterou que as medidas de proteção para evitar a propagação da Covid-19 devem ser seguidas à risca, porque não acredita que as temperaturas elevadas fragilizem o vírus e, como base para estas informações, relembra o caso da América latina, onde os termómetros registam altas temperaturas e o número de casos do novo coronavírus continua a aumentar. “Eu não depositaria muitas expectativas no aquecimento”, disse mesmo a governante.
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