"A atual Administração da TAP voltou ao passado e está a tratar o aeroporto do Porto como um mero apeadeiro. Isto é inadmissível, sobretudo porque esta companhia [aérea] sobrevive com dinheiro público. Por isso, apelo ao Governo para travar definitivamente esta gestão que insiste em tomar decisões injustas e que só servem para aprofundar desequilíbrios regionais", refere o autarca em comunicado enviado à agência Lusa.
José Manuel Ribeiro acusa a TAP de estar a "cometer uma tremenda injustiça e a contribuir para o aprofundamento das assimetrias regionais" pelo facto de o seu plano de operações, conhecido na segunda-feira, prever 247 voos em julho, a maioria de Lisboa.
O autarca socialista quer que o Governo de António Costa intervenha para, refere no comunicado, "colocar um travão numa gestão que está a prejudicar o desenvolvimento equilibrado e harmonioso do país".
"Nos tempos que correm, esta estrutura tem de ser de primeira linha, porque tem todas as condições para ser um dos principais motores da economia do país, que não se quer a duas velocidades", defende o presidente da Câmara de Valongo, no distrito do Porto.
José Manuel Ribeiro acrescenta que o aeroporto Sá Carneiro "é fundamental não só para a retoma do turismo, mas sobretudo para os negócios internacionais da região Norte", frisando que é nesta região que "está a maior capacidade produtiva do país" e onde "se concentram muitas das suas indústrias exportadoras".
O plano de retoma das operações da transportadora aérea foi conhecido na segunda-feira e prevê 27 voos semanais até ao final de junho e 247 no mês seguinte, sendo a maioria de Lisboa.
A companhia aérea já tem a informação disponível no seu 'site', avisando que as rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.
O plano da TAP para julho prevê a reposição das ligações diretas do Porto a Paris, Luxemburgo e à Madeira.
A TAP divulgou o plano de retoma de parte da operação para os próximos dois meses, numa altura em que começam a ser levantadas as restrições de viagens colocadas em prática por causa da pandemia do novo coronavírus.
A transportadora aérea tem a sua operação praticamente parada desde o início da pandemia, à imagem do que aconteceu com as restantes companhias, prejudicadas pelo confinamento e pelo encerramento de fronteiras para conter a covid-19.
Portugal contabiliza 1.330 mortos associados à covid-19 em 30.788 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.