Na resolução do Conselho de Ministros adotada na sexta-feira e referente à terceira fase de desconfinamento no quadro da pandemia de covid-19, lê-se que, no setor dos cuidados pessoais e estética, "é permitido o funcionamento de estabelecimentos ou estúdios de tatuagens e 'bodypiercing', mediante marcação prévia".
À semelhança dos ginásios e de outros serviços de atendimento ao público e comerciais, também estes estabelecimentos poderão reabrir na segunda-feira, que é quando entram em vigor as novas regras.
Aqui inclui-se, ainda, a permissão para a retoma de "atividade de massagens em salões de beleza".
Em todos estes estabelecimentos será, ainda assim, obrigatório respeitar as normas definidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), nomeadamente sobre restrições à capacidade máxima destes espaços, regras de desinfeção dos equipamentos e uso de máscaras e viseiras por todos os funcionários.
Em meados de maio, a associação que representa os tatuadores disse querer saber quando vão poder voltar a trabalhar, considerando que o setor estava a ser esquecido no desconfinamento após o pico da pandemia no país.
"Fiscalmente, sempre estivemos incluídos no CAE [código das atividades económicas] dos cabeleireiros, esteticistas e barbeiros, mas quando deixaram estes profissionais voltar à atividade puseram-nos de lado", disse na altura à agência Lusa Theo Pedrada, da Associação Portuguesa de Profissionais de Tattoo e Bodypiercing (APPTBP).
Para o responsável, não fazia "qualquer sentido" estes profissionais terem de manter os estúdios fechados, dado que esta é uma das atividades "que mais prezou sempre a higiene e segurança".
"Há anos que utilizamos máscaras, luvas e todo o nosso material é descartável e somos obrigados a ser certificados e a ter cursos de segurança que muitos barbeiros nem conhecem", defendeu Theo Pedrada na altura, explicando que estes procedimentos "fazem parte do dia a dia" de qualquer profissional do setor.
Segundo o boletim diário da DGS, hoje divulgado, Portugal contabiliza pelo menos 1.396 mortos associados à covid-19 em 32.203 casos confirmados de infeção.
Relativamente ao dia anterior, há mais 13 mortos (+0,9%) e mais 257 casos de infeção (+0,8%).
Portugal entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, que sexta-feira foi prolongado até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório apenas para pessoas doentes e em vigilância ativa e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.