ProToiro diz que pandemia já causou 5 milhões de prejuízos ao setor

 A ProToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia alertou hoje para os impactos que a pandemia de covid-19 está a causar no setor, com o cancelamento de cerca de 70 espetáculos, num prejuízo de quase cinco milhões de euros.

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Lusa
01/06/2020 18:39 ‧ 01/06/2020 por Lusa

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"A maior parte dos espetáculos tauromáquicos não é recuperável. Estamos a falar de cerca de 70 espetáculos cancelados até agora e de cerca de cinco milhões de euros de prejuízo só de receita, sem tirar todos os custos diretos e indiretos do setor", disse à agência Lusa o secretário-geral da ProToiro, Hélder Milheiro.

De acordo com o dirigente, por inevitabilidade da pandemia da covid-19, o setor está a sofrer um impacto interno económico e financeiro "muito drástico" de há dois meses para cá, porque "há pessoas em situações muito críticas", pelo facto de a atividade estar parada.

"A sazonalidade da tauromaquia - entre março e outubro - faz com que, se estes artistas não têm receitas nestes meses, ficarão completamente sem receitas até ao ano que vem. Não trabalhando nestes meses, é uma perda irrecuperável", observou.

Apontando para inexistência de apoios para o setor, Hélder Milheiro disse que as ajudas definidas pelo Estado não se aplicam à tauromaquia.

"Até agora não houve nenhum apoio e é esta a realidade", realçou, acrescentando que deve haver um "apoio de emergência à receita perdida e à emergência económica do setor e dos artistas", bem como medidas fiscais que "possam compensar de alguma maneira a atividade".

Para o secretário-geral da ProToiro, o regresso dos espetáculos tauromáquicos é urgente e imediato, esperando que a atividade se reinicie em 15 de junho.

"[Contamos] que em 15 de junho, no máximo, esteja já de regresso à atividade, mas nós vamos estar muito vigilantes às medidas, e vamos começar a agir de forma muito mais drástica do que até agora, porque não vamos tolerar o censuro [do Governo]", afirmou.

Segundo Hélder Milheiro, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, mentiu ao parlamento quando disse que as atividades tauromáquicas teriam início em 01 de junho.

"Disse que não havia nenhuma diferença na reabertura do setor da cultura, incluindo a tauromaquia. Mas, ao contrário do que disse, mentiu aos deputados, mentiu ao parlamento e, quando saiu a resolução do Conselho de Ministros nesta sexta-feira, veio com toda a área da cultura aberta, com exceção da tauromaquia", acusou.

Considerando uma atitude discriminatória, o dirigente disse ainda que o Ministério da Cultura e a Direção-Geral da Saúde (DGS) não responde à Federação Portuguesa de Tauromaquia, por forma a preparar o regresso da atividade.

Hoje de manhã, os toureiros António Telles, Luís Rouxinol, Rui Fernandes e José Luís Gomes algemaram-se ao portão do Campo Pequeno, em Lisboa, exigindo a retoma das atividades.

Pelas 18:00, está marcada uma concentração de "alguns artistas" do setor junto daquele espaço, onde vão protestar pelo facto de "terem sido reabertas todas as atividades e espetáculos culturais com a exceção da tauromaquia".

"Hoje, o Campo Pequeno dá o primeiro espetáculo 'pós-covid' com a presença da ministra da Cultura e não nos esqueçamos que o Campo Pequeno é uma praça de toiros", salientou Hélder Milheiro.

Num comunicado, a PróToiro recordou que o "espetáculo de Bruno Nogueira, no Campo Pequeno, contará com a presença da ministra da Cultura e do primeiro-ministro".

De acordo com aquel movimento, a concentração dos artistas do setor vai ocorrer entre as 18:00 e as 21:30, hora de início do espetáculo "Deixem o Pimba em Paz", para alertar Graça Fonseca da exclusão do regresso da tauromaquia.

 

 

 

 

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