Fernando Medina falava numa conferência de imprensa destinada a apresentar medidas de promoção da mobilidade ativa e de transformação do espaço público, na qual avançou a criação de 95 quilómetros de ciclovias até ao fim do próximo ano.
Questionado pelos jornalistas sobre a ZER Avenidas/Baixa-Chiado, anunciada no final de janeiro, o presidente da autarquia (PS) informou que vai propor à câmara uma "recalendarização" relativa ao desenvolvimento do projeto, que contempla restrições ao trânsito automóvel, bem como intervenções no espaço público, com a criação de mais ciclovias e área pedonal.
Medina vai propor "a execução, desde já, das obras de espaço público e rede ciclável" definidas no programa apresentado pela câmara e a aquisição "dos meios e dos recursos necessários à plena introdução da zona de emissões reduzidas", como os pórticos e os limitadores.
"Mas vou propor também que a entrada de funcionamento da zona de emissões reduzidas na dimensão da limitação da circulação automóvel, que estava prevista que ocorresse agora, que seja avaliada a sua data num momento posterior", afirmou, sem adiantar datas.
"E faço isto com a consciência de que é a solução mais razoável mais ponderada para todos os comerciantes, todos os residentes que vivem, que habitam, que procuram a baixa da cidade de lisboa", frisou, justificando que "muitos trabalhadores ainda estão em casa, muitos ainda estão em 'lay-off' e não sabem como será o regresso da sua vida".
"Nós não queremos ser é mais um fator de dificuldade, de perturbação sobre uma vida que neste momento está muito alterada", reforçou o presidente da Câmara de Lisboa.
Fernando Medina salientou, porém, que "o projeto é da "maior importância" e, apesar do adiamento, garantiu que "será levado até ao fim".
Em janeiro, quando a Câmara de Lisboa anunciou a nova Zona de Emissões Reduzidas (ZER) Avenidas/Baixa-Chiado, na qual o trânsito automóvel passará a ser exclusivo para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados, entre as 06:30 e as 00:00, estava previsto que o plano fosse apresentado à comunidade e aos comerciantes em fevereiro e aprovado pela autarquia em março, de modo a ser enviado para um período de consulta pública.
Estava ainda previsto que, a partir de 01 maio, os cidadãos pudessem efetuar o registo para a obtenção dos dísticos e a "efetiva fiscalização e controlo de acesso entre julho e agosto".
Na conferência de imprensa de hoje, o presidente da autarquia adiantou que estão em estudo um total de 100 intervenções no espaço público, algumas das quais previstas na ZER e que implicam a supressão de vias de trânsito automóvel.
O município pretende criar mais espaço para os peões, alargando passeios e permitindo o distanciamento social recomendado, instalação de mobiliário urbano e apostar também na redução de velocidade em ruas residenciais.
Na envolvente do Mercado de Arroios, por exemplo, a câmara quer aumentar passeios junto aos restaurantes, retirando lugares de estacionamento e dotando as ruas com mais espaço para os peões, lê-se na informação disponibilizada pela autarquia lisboeta.
As intervenções, algumas das quais temporárias, estão a ser trabalhadas em conjunto com as juntas de freguesia e serão sujeitas a um período de consulta pública, referiu ainda Fernando Medina.