Covid-19: "Novos focos não estarão relacionados com o desconfinamento"

A ministra da Saúde afirmou este sábado que, neste momento, não estão a ser ponderadas medidas mais restritivas para a região de Lisboa e Vale do Tejo, justificando que os novos surtos não estão relacionados com o desconfinamento. Marta Temido afirmou ainda que a suspensão da atividade não urgente nos cinco hospitais da região "é a melhor opção" e manter-se-á enquanto a situação epidemiológica justificar "algum estado de alerta".

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Melissa Lopes
06/06/2020 15:09 ‧ 06/06/2020 por Melissa Lopes

País

Covid-19

Sem que tenha sido de revelado o boletim epidemiológico da evolução da epidemia em Portugal deste sábado devido a problemas informáticos, a ministra da Saúde e a diretora-geral de Saúde atualizam a informação possível sobre a evolução da Covid-19 no país. 

Marta Temido começou por referir na conferência tardia que a incidência de casos nos concelhos de Lisboa, Amadora, Odivelas e Sintra é o que mais preocupa as autoridades. 

Com a informação que o Governo dispunha ontem, a incidência cumulativa era de 555 casos em Lisboa, 545 casos Loures, 504 casos na Amadora, 402 casos em Odivelas e 391 em Sintra.

"Estes foram casos novos reportados nos últimos 14 dias e que, portanto, se mantêm ativos", explicou a ministra. 

Quanto aos resultados dos testes em algumas empresas, a governante disse que a DGS não irá informar quantos casos existem em cada local, justificando que "não há nenhuma vantagem" para o trabalho que as autoridades têm de realizar e, pelo contrário, pode levar a uma perceção "enviesada da realidade". No entanto, Marta Temido disse que, de acordo com os últimos dados, a percentagem de positivos resultante da operação dos últimos dias estava na ordem dos 4,6%, "dados que não refletem o trabalho das últimas 24 horas, ainda", salvaguardou. 

Graça Freitas, por seu turno, disse que há informação de que algumas empresas no Bombarral, sobretudo aquelas que têm funcionários temporários, "têm apresentado casos", mas que "no seu conjunto, não configuram números extraordinariamente elevados". "São pequenos casos, em algumas empresas", afirmou, sem conseguir quantificar por ainda não existir o boletim epidemiológico deste sábado. 

Atividade assistencial suspensa nos hospitais em Lisboa 

Sobre a suspensão da atividade assistencial não urgente nos hospitais de referência dos cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Marta Temido disse que isso "acontecerá enquanto se mantiver a situação epidemiológica que justifique algum estado de alerta".

A ministra sublinhou que o mesmo aconteceu na região Norte do país ainda antes de ser declarada a suspensão da atividade assistencial para todo o país. "Temos a expetativa que em Lisboa e Vale do Tejo, nas próximas semanas, seja possível regressar àquilo que é o patamar de resposta em todos os hospitais do país", realçou. 

Marta Temido frisou ainda que, todos compreenderão que face a um contexto em que estamos a constatar um aumento discreto da procura de cuidados de saúde primários e de cuidados hospitalares, "temos de garantir a prontidão para o caso de termos uma situação imprevista e de incerteza e garantir que as equipas de saúde estão disponíveis para apoiar este esforço de supressão da doença nesta área". "Estamos todos no entendimento de que esta é a melhor solução", defendeu. 

Medidas mais restritivas em Lisboa?

Neste momento, medidas mais restritivas em Lisboa não é  algo que esteja "em cima da mesa", embora se espere um aumento do número de casos nos próximos dias (tendo em conta os cerca de 14 mil testes realizados).

"A perceção que temos é que estes focos que estamos a ter não estarão sequer relacionados com o desconfinamento", afirmou Marta Temido, acrescentando que os novos surtos deverão estar ligados a atividades que sempre se realizaram e com pessoas que estiveram sempre a trabalhar. Ou seja, "com circunstâncias específicas desta região que, na incerteza,  apenas se sugerem com um atraso na incidência na região de Lisboa e Vale do Tejo, e uma situação de maior testagem".

Sobre este aspeto, a ministra recordou que se alargou "extraordinariamente e deliberadamente" o número de testes na região, no sentido de "rapidamente identificar os focos e controlá-los"

Época balnear

A diretora-geral de saúde afirmou que, sim, o início da época balnear, como é óbvio, "preocupa a todos", porque implica que "muitas pessoas vão tentar, e bem, divertir-se e ter acesso não só à praia mas todas as circunstâncias que rodeiam as férias"

Graça Freitas reafirmou que a mensagem é para que "as pessoas se divirtam e que descontraiam mas que não se esqueçam que estamos perante uma epidemia, que esta é uma doença contagiosa", apelando novamente ao cumprimento das regras. "O nosso apelo é muito para a população jovem que, felizmente, sofre pouco as consequências da doença mas que contribui para que esta se propague entre os outros e que atinja pessoas mais velhas e mais vulneráveis e, sobretudo, para aquilo que não queremos que é manter cadeias de transmissão ativas", enfatizou.

Recorde aqui a conferência da DGS

 

 

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