Na conferência de imprensa diária sobre a situação epidemiológica no país, António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, adiantou que "o rácio de 9,4 camas" de cuidados intensivos "por cem mil habitantes" é um "objetivo até ao fim do ano".
O governante frisou ainda que Portugal não registou, até à data, "sobrecarga" nos cuidados intensivos e que foram entregues "mais de 680 ventiladores invasivos" às unidades hospitalares de todo o país, ao mesmo tempo que a capacidade da medicina intensiva subiu das 629 para as 819 camas, "um aumento de 23%".
A 18 de maio, numa altura em que a disponibilidade de camas em cuidados intensivos era de 713, Lacerda Sales referiu que a capacidade de ventilação mecânica nacional era, no início da pandemia, de 6,4 camas por 100 mil habitantes, ao passo que a média europeia ronda as 11,5 camas por 100 mil habitantes.
Também presente na conferência de imprensa de hoje, João Gouveia, da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19, destacou que "a medicina intensiva é um elemento crítico da resposta à covid-19 e a todas as outras patologias graves que possam assolar Portugal".
"Não entramos em situação de rutura, o que se deveu ao esforço global do país, ao confinamento, e ao esforço dos profissionais de saúde", frisou.
"Numa altura de pico da covid-19 tivemos 1.026 camas de medicina intensiva, equipadas com ventiladores", acrescentou.
O responsável observou que a medicina intensiva "não é apenas camas e ventiladores" mas também profissionais, louvando o "esforço de contratação que se mantêm para o futuro".
"Neste momento, temos uma ocupação de 61% na medicina intensiva. Mesmo em Lisboa não ultrapassa os 65%. É essa reserva que pretendemos melhorar e ampliar até ao início de 2021, para chegar às 9,4 camas por 100 mil habitantes", afirmou.
Entre os casos de infeção confirmados no boletim de hoje da Direção Geral da Saúde (DGS), 428 estão internados, 77 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
A secretária de Estado Adjunta e da Saúde revelou na sexta-feira que a taxa de ocupação das Unidades de Cuidados Intensivos de Lisboa e Vale de Tejo é de 65%.
Portugal regista hoje 1.512 mortes relacionadas com a covid-19, mais sete do que na sexta-feira, e 36.463 infetados, mais 283, dos quais 215 em Lisboa, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS.