"O tempo que medeia o momento de recolha de amostras e a obtenção do resultado do teste é, no caso das ilhas de São Miguel e Terceira, de cerca de 12 horas, uma vez que existem laboratórios que fazem esse teste nessas duas ilhas", avançou hoje o secretário regional adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias.
O governante falava, em Angra do Heroísmo, numa conferência de imprensa de apresentação de novas medidas de desconfinamento, aprovadas esta sexta-feira em Conselho de Governo, que entram em vigor na segunda-feira.
Desde meados de maio que os Açores deixaram de exigir o cumprimento de quarentena obrigatória à chegada à região, sendo a medida substituída pela realização de testes à covid-19, caso os passageiros não tivessem realizado um teste nas 72 horas anteriores ao embarque.
Os passageiros eram, no entanto, obrigados a aguardar pelo resultado numa unidade hoteleira indicada para o efeito, o que poderia demorar no máximo de 48 horas.
A redução do tempo de espera pelo resultado do teste de despiste de infeção pelo novo coronavírus só é possível nas ilhas Terceira e São Miguel, onde estão instalados os laboratórios de referência da região.
O executivo admite que nas ilhas de Santa Maria, Faial e Pico, que também têm ligações diretas com o exterior, a espera possa ser maior, tendo em conta que há necessidade de fazer deslocar as amostras, mas Berto Messias disse que "num futuro muito breve também o Faial poderá dar resposta a essa necessidade".
Além do teste realizado à chegada, passa a ser exigido apenas um segundo teste ao sexto dia, em caso de permanência por mais de sete dias na região, deixando de ser necessária a realização de um terceiro teste ao 13.º dia.
"Tendo em conta o facto de sermos uma região 'covid free', entendemos que, se forem mantidos, com todo o rigor, todos os procedimentos que estão agora definidos, é possível abdicar desse terceiro teste. É o resultado de toda a evolução que temos conseguido nos últimos tempos", justificou o secretário regional.
Apesar de não terem de ficar em isolamento, é recomendado que os passageiros cumpram as "regras de distanciamento físico, de uso de máscara e regras de etiqueta respiratória".
O executivo açoriano vai deixar de comparticipar a estadia em hotéis, exceto no caso de os passageiros terem como destino final outra ilha que não aquela em que aterrem.
"No caso de teste realizado à chegada aos aeroportos da região, o passageiro passa a aguardar o resultado do mesmo em isolamento profilático, na sua residência ou local onde estiver alojado, e não em hotel designado para o efeito", avançou Berto Messias.
Deixará também de haver possibilidade de ficar em quarentena voluntária num hotel, com custos assegurados pelo Governo Regional, mas quem já a tiver iniciado pode continuar nas unidades hoteleiras até ao final do período definido, se assim o entender.
O incumprimento da realização dos testes definidos e da espera em isolamento profilático pelo resultado pode levar as autoridades de saúde regionais a apresentar "queixa pela prática do crime de desobediência" e a determinarem a realização de quarentena obrigatória numa unidade hoteleira, com custos imputados ao passageiro, sendo a decisão submetida a validação judicial.
Desde o início do surto, os Açores registaram 147 casos da covid-19, dos quais 130 já recuperaram, 16 morreram e um foi transferido para o continente português.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 426 mil mortos e infetou mais de 7,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.512 pessoas das 36.463 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.