SNS prepara-se para prova do inverno, onde vão confluir gripe e Covid-19
Marta Temido admitiu uma regressão no alívio das medidas de confinamento se a situação se agravar.
© Reprodução | Facebook
País Coronavírus
A conferência de imprensa desta segunda-feira sobre o balanço dos dados mais recentes da pandemia de Covid-19 em Portugal contou com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, e da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas. Saliente-se que o boletim epidemiológico de hoje reportou mais três mortos, 346 novos casos e 183 recuperados nas últimas 24 horas.
Questionada sobre os principais receios do Ministério da Saúde relativamente à evolução epidemiológica do coronavírus em Portugal, Marta Temido afirmou que o Sistema Nacional de Saúde está a ser acautelado para manter a capacidade de resposta e para a "futura prova que aí vem".
"É a prova do inverno, onde vão confluir a gripe e a Covid-19, se não houver uma vacina antes", frisou a ministra da Saúde.
Nesse sentido continua a ser ampliado o número de camas disponíveis nos cuidados intensivos, e decorre também a instalação dos ventiladores que chegaram ao país.
Sobre os riscos que o desconfinamento pode acarretar, Marta Temido disse saber "pelas experiências dos outros países que temos acompanhado, que há um risco de recrudescimento da doença e do aumento do risco de transmissão do vírus". Como tal, "o que precisamos de garantir que o risco está controlado" e "evitar a todo o custo óbitos", realçou a governante.
Marta Temido acrescentou ainda que até ao dia 11 de junho o Rt (risco de transmissão) estava "ligeiramente abaixo de 1, em 0,97".
Confrontada com uma possível regressão no alívio das medidas de confinamento, a ministra sublinhou que isso estará dependente de algumas condições.
"Se durante vários dias o Rt se mantiver acima de 1, o número de óbitos voltar a situar-se em números como os que já tivemos no passado, com várias dezenas de óbitos por dia, se os cuidados de saúde primários começarem a registar uma procura que não se está a registar, poderemos pensar em medidas de aperto em determinadas áreas", admitiu Marta Temido.
"Já aprendemos que não vale a pena estar a aplicar medidas generalistas quando os focos são concretos", destacou.
Surtos "contidos" nos concelhos da margem Sul
A responsável pela pasta da Saúde constatou que os surtos nos concelhos da margem Sul estão "absolutamente contidos e controlados" e que a "incidência tem-se mantido relativamente constante e decrescente".
Quanto à abertura de fronteiras com Espanha, Marta Temido afirmou que "a situação epidemiológica espanhola neste momento é relativamente semelhante à portuguesa".
A ministra informou ainda que vai haver uma alteração formato das conferências de imprensa, que atualmente são diárias. Marta Temido referiu que vão passar a acontecer três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas.
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