"Admito que o medicamento dexametasona possa estar a ser utilizado"

A Direção-Geral da Saúde e o Ministério da Saúde realizaram a já habitual conferência de imprensa relativa à evolução da pandemia de Covid-19 em Portugal.

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Notícias ao Minuto
17/06/2020 13:04 ‧ 17/06/2020 por Notícias ao Minuto

País

Covid-19

 

Na já habitual conferência de imprensa da DGS marcou presença, esta quarta-feira, o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, que analisou a administração do medicamento dexametasona como resposta à Covid-19.

Começou por destacar o presidente da instituição que este é um "medicamento que está autorizado há muitos anos, desde os anos 60, e que é de utilização comum". Torna-se, porém, imperioso "distinguir que não estamos a falar de um anti-retroviral, [isto é] um medicamento que se dirige especificamente à infeção por Covid-19".

De acordo com os relatórios que têm vindo a público, "tem-se vindo a demonstrar que em doentes ventilados ou necessitados de oxigénio, em que a situação inflamatória é mais grave, há um efeito positivo no sentido de reduzir a mortalidade que podia ocorrer".

"Admito que sim, nas situações de doentes ventilados com dificuldade respiratória, ele [o medicamento a dexametasona] pode ser útil. Admito que possa estar a ser utilizado", respondeu Rui Santos Ivo quando questionado relativamente à utilização do fármaco no SNS.

O especialista recomendou, no entanto, "prudência" na sua administração, sendo que "devemos aguardar pela análise para conhecermos em detalhe quais são as condições que devem ser consideradas na instituição destas terapêuticas nestes doentes".

Foco de infeção no IPO de Lisboa

diretora-geral de Saúde revelou hoje a existência de um foco de Covid-19 no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, referindo que os utentes com testes positivos foram mudados para outras unidades hospitalares.

Foram "identificados casos em dois profissionais de saúde, assintomáticos" e "na sequência desta testagem, procuraram-se outros", tendo os doentes identificados com infeção sido transferidos para outras unidades, indicou Graça Freitas. 

"Quero deixar aqui uma palavra de grande tranquilidade. O IPO já fez mais de seis mil testes a profissionais de saúde, doentes e prestadores de serviços externos", precisou, sem especificar quantas pessoas estão infetadas com o novo coronavírus.

Lisboa e Vale do Tejo “concentra maior atenção”

Por sua vez, António Lacerda Sales vincou que Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região que “concentra maior atenção” das autoridades de saúde.

“Lisboa e Vale do Tejo representa cerca de 40% do total de testes de diagnóstico feitos em Portugal. No entanto, é preciso ter em conta que, sendo a maior parte dos novos casos nesta região e ainda que tenham sintomas ligeiros, é natural que haja um ligeiro aumento de internamentos”, indicou.

De 1 a 16 de junho, "registou-se um acumulado de 4.153 novos casos em Lisboa e Vale do Tejo, o que, apesar de tudo, se traduziu numa redução dos doentes em enfermaria de 6% e num aumento de doentes em cuidados intensivos de 7%", especificou.

Os números encontram-se "dentro do expectável" e não representam "uma sobrecarga dos serviços de saúde", frisou o governante.

Festa ilegal em Lagos

A última atualização a que a Direção-Geral da Saúde teve acesso, de acordo com os testes que vão sendo realizados, davam conta de "37" infetados na festa ilegal de Lagos, mas "admito que possam ser 39", indicou Graça Freitas quanto questionada relativamente à evolução do surto na região. 

Apesar de a festa ter sido realizada em Lagos, "as pessoas eram de vários sítios" e os casos estão "disseminados por vários concelhos e regiões do Algarve". 

Recorde-se que, das pessoas que contraíram o vírus nesta festa, duas delas necessitaram de internamento hospitalar. Neste sentido, a diretora-geral reforçou o apelo à prevenção. 

Recorde aqui a conferência: 

 

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