No caso dos educadores de infância, que regressaram ao trabalho presencial no dia 01 de junho, a Fenprof quer ficar a conhecer melhor os constrangimentos identificados não só no trabalho à distância, mas, sobretudo, depois da reabertura dos jardins de infância, que voltaram a funcionar sob um conjunto de regras de segurança.
Já dos docentes de educação especial, a estrutura sindical quer saber quais foram as principais dificuldades sentidas no trabalho com os alunos com necessidades educativas especiais que, num período em que esse acompanhamento teve de ser feito à distância, dificultando a concretização de algumas medidas de apoio.
Segundo a Fenprof, as respostas dos profissionais, que devem ser conhecidas em julho, serão igualmente importantes para preparar o próximo ano letivo.
"Esses resultados poderão ser mais um contributo importante para a organização de um ano letivo, o próximo, que, com toda a certeza, continuará a ser, em diversos aspetos, um ano atípico", escrevem em comunicado.
Os dois inquéritos são lançados depois de a estrutura sindical ter apresentado, no início da semana passada, os resultados de um primeiro questionário sobre o ensino à distância, em que participaram mais de 3.500 docentes.
Algumas das principais conclusões desse inquérito apontavam para o reconhecimento, por parte da grande maioria dos docentes, do agravamento das desigualdades entre alunos, desde 16 de março, em que as atividades presenciais foram suspensas como forma de conter a propagação do novo coronavírus.
Durante a apresentação dos resultados, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, sublinhou também que 54,8% dos professores admitiram não ter conseguido chegar a todos os alunos até meados de maio, referindo ainda que, apesar de a maioria (cerca de 70,5%) ter optado por lecionar novos conteúdos, destes só 47,8% vai avaliar as matérias dadas em ensino à distância.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 449 mil mortos e infetou mais de 8,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.524 pessoas das 38.089 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.