Depois de ter estado com os sem-abrigo na noite em que se declarou o Estado de Emergência, Marcelo Rebelo de Sousa voltou esta sexta-feira às ruas da capital para comprovar no terreno a situação daqueles que não têm onde morar.
Em declarações aos jornalistas, o Presidente disse que "chegaram notícias de que alguns trabalhadores precários tinham vindo para a rua, passado a ser ou voltado a ser sem-abrigo", razão pela qual considerou que "devia realmente ver o terreno".
O chefe de Estado teme que a crise, que ainda está no começo, faça aumentar a população sem-abrigo, nomeadamente, em Lisboa. "O aprofundamento da crise económica e social significa, entre outras coisas, mais desempregados e mais desempregados significa, em larga medida também (como se viu na crise anterior) mais sem-abrigo", observou, sinalizando que Lisboa, como as grandes metrópoles, "acaba por chamar a si sem-abrigo que vêm de municípios da periferia". "(...) É um problema que com a crise aumenta sempre", lamentou.
Marcelo disse ainda aos jornalistas que ainda se lembra da situação em 2016 que vinha do tempo da anterior crise e confessou que "não esperava tão depressa ter uma crise porventura mais profunda a fazer aumentar o número de sem-abrigo". O número de pessoas a viver na rua, observou o Presidente, tinha diminuído de quase 2 mil para 400, em Lisboa. "É com tristeza que verifico que uma nova crise vai significar um aumento dos sem-abrigo", acrescentou.