Christian B. é "o suspeito quase perfeito, só lhe falta estar morto"
Gonçalo Amaral, coordenador da investigação do desaparecimento de Maddie, há 13 anos, não acredita que a criança tenha sido raptada naquela noite, preferindo acentuar a responsabilidade dos pais que deixaram os filhos sozinhos.
© Reuters
País Maddie
O ex-inspetor da Polícia Judiciária não se mostra surpreendido com o recente rumo das investigações sobre o desaparecimento de Maddie McCann em 2007, no Algarve.
Em entrevista à TVI, Gonçalo Amaral afirmou que "pouco importa quem é o pedófilo". "O que temos vindo a assistir ao longo dos anos é que vão aparecendo pedófilos, é necessária uma figura que, pelo perfil, pela proximidade, encaixe para levar com as culpas", acrescentou.
O principal rosto da investigação inicial em Portugal sustenta que já antecipava que fosse apontado um suspeito alemão, tendo em conta a movimentação que aconteceu na zona e os alemães envolvidos. "Portanto, desta vez iria ser um suspeito alemão", notou, desvalorizando o novo desenrolar do caso.
Questionado sobre se sabia que as autoridades iriam apontar exatamente Christian Brueckner como suspeito, Gonçalo Amaral respondeu: "Não vale a pena se é o A, o B ou C. Se este não der, há-de vir outro", acrescentado ainda que este "é um suspeito quase perfeito, só lhe falta uma coisa para ser perfeito que é estar morto".
"Isto tem vindo a acontecer ao longo dos anos, cansa um pouco porque é a teoria do rapto sobre a qual menos indícios existem", disse ainda.
O ex-inspetor não acredita na tese de rapto. "Existe o indício de que alguém viu a criança ao colo de um homem, uma família irlandesa que é o testemunho mais credível de que a menina foi transportada e o que as pessoas dizem é o que o mundo sabe: quem transportava aquela criança era a pessoa que estava a descer de um determinado avião, numa determinada data, com o filho ao colo, em Inglaterra, que era o pai da Madeleine. Não disseram que era parecido. Disseram que em quase 90% era o pai", acrescentou.
Gonçalo Amaral defende que a investigação criminal não terá um fim à vista enquanto não forem feitas determinadas diligências nomeadamente envolvendo "todos aqueles pais que ali estavam". "Todos abandonaram os filhos, todos eles deixaram os filhos ao abandono, e não em segurança como se diz. Se estivessem em segurança, a Maddie não tinha desaparecido", insistiu.
Sobre o facto de as autoridades alemãs quererem voltar a examinar todos vestígios biológicos do caso, o ex-inspetor esclareceu que a amostra de saliva de que se tem falado não estava na cama da Maddie. "É na cama ao lado da janela, e a saliva é uma mistura de saliva de bebé com leite materno", disse.
Christian Brueckner, que está preso na cidade de Kiel, é o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, na altura em que a criança tinha três anos. As autoridades alemãs dizem ter provas do envolvimento do alemão de 43 anos no homicídio da menina.
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