Em conferência de imprensa, após uma reunião do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, António Costa, disse que, enquanto o conjunto da AML vai passar a estar em estado de contingência devido à Covid-19 e o resto do continente português passa a estado de alerta (menos grave), a situação de calamidade é mantida no conjunto das 19 freguesias da AML "onde se concentra, neste momento, o foco de maior preocupação de novos casos registados".
A medida tem efeitos a partir das 00h00 de 01 de julho (próxima quarta-feira). A atual situação de calamidade aplicada a todo o território continental termina às 23h59 do dia 28 (domingo), mas, segundo informação do Governo disponibilizada à agência Lusa, vai ser prolongada até ao final do dia 30.
As 19 freguesias "são todas contíguas, constituem uma unidade", indicou o primeiro-ministro, adiantando que correspondem à totalidade dos concelhos de Odivelas (quatro) e Amadora (seis), seis do município de Sintra, duas de Loures e uma de Lisboa.
Entre as medidas a implementar nestas freguesias destaca-se o "dever cívico de recolhimento domiciliário", avançou António Costa, explicando que tal implica que as pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar, ir às compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares.
Outras das medidas são a proibição de feiras e mercados de levante e "ajuntamentos limitados a cinco pessoas", realçou o governante, acrescentando que, em particular para este conjunto de freguesias, é adotado o reforço da vigilância dos confinamentos obrigatórios por equipas conjuntas da Proteção Civil, Segurança Social e Saúde Comunitária.
Além disso, vai ser implementado o Programa Bairros Saudáveis, coordenado pela arquiteta Helena Roseta, no sentido de melhorar as condições de habitabilidade.
Em Odivelas, as medidas aplicam-se em todo o território, dividido em quatro freguesias: Odivelas e as uniões de freguesias de Pontinha e Famões, Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, e Ramada e Caneças.
Na Amadora, são afetadas as seis freguesias, nomeadamente Alfragide, Águas Livres, Encosta do Sol, Falagueira e Venda Nova, Mina de Água e Venteira.
Com um total de 11 freguesias, o município de Sintra tem seis delas sujeitas a vigilância ativa devido à covid-19, nomeadamente as uniões de freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abraão, Cacém e São Marcos, Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro.
No concelho de Loures, que tem 10 freguesias, duas estão abrangidas, nomeadamente as uniões de freguesias de Sacavém e Prior Velho, e de Camarate, Unhos e Apelação.
Em Lisboa, município que tem 24 freguesias, apenas é abrangida Santa Clara.
Além das medidas específicas para estas 19 freguesias da AML que se mantêm em situação de calamidade, a AML está sujeita a novas medidas devido à Covid-19.
A AML é integrada pelos municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.
Portugal registava esta quinta-feira mais seis mortos relacionados com a Covid-19 do que na quarta-feira e mais 311 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os dados da DGS indicam 1.549 mortes relacionadas com a covid-19 e 40.415 casos confirmados desde o início da pandemia.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de covid-19 atingiu os 17.767 casos confirmados, mais 240 do que na quarta-feira, o que corresponde a 77% dos novos contágios.