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Confinamento é "essencial" mas SIM lamenta que pague "justo pelo pecador"

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) considerou hoje essencial a imposição de confinamento em 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa, onde há um maior número de casos de covid-19, mas lamentou que pague o "justo pelo pecador".

Confinamento é "essencial" mas SIM lamenta que pague "justo pelo pecador"
Notícias ao Minuto

19:59 - 25/06/20 por Lusa

País Covid-19

O Governo aprovou hoje o dever cívico de recolhimento domiciliário em 19 freguesias de cinco dos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), designadamente de Lisboa, Sintra, Amadora, Odivelas e Loures, a partir de 01 de julho.

"Naturalmente que estas medidas de maior confinamento são essenciais como são também essenciais medidas de aplicação deste confinamento particularmente às pessoas que estão infetadas", disse à agência Lusa o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

O dirigente sindical lembrou que quando há dois meses chamou a atenção de que "o problema estava longe de ser controlado, que era fundamental as pessoas não baixarem a guarda, os médicos e profissionais de saúde protegerem-se e as pessoas usarem máscara, não estava a ser pessimista" nem "catastrofista".

"Sou uma pessoa otimista por natureza, mas com esta atitude, o que os políticos estão a dar é uma mensagem errada porque ao mesmo tempo que dizem que está tudo bem, de repente, está tudo péssimo", afirmou o médico, que está a acompanhar mais de 20 cidadãos infetados com covid-19 da sua lista de utentes na Unidade de Saúde Familiar (USF) da Travessa da Saúde, em Camarate, no concelho de Loures.

Para Roque da Cunha, o primeiro-ministro "é o principal responsável" por "desvalorizar o problema, ao tentar à força toda dourar a pílula" e "chamar alarmista a todos os que o chamavam a atenção".

Também criticou "as autoridades de saúde que quiseram mais do que impor o seu parecer técnico ser agradáveis com os políticos" e agora a população está "a pagar a consequência".

"A esmagadora maioria dos cidadãos destes concelhos são cumpridores e está agora a pagar o justo pelo pecador e, portanto, demonstra-se que não foi correta, não foi nenhum sucesso" a estratégia adotada, disse o líder sindical, esperando que "a partir de agora exista uma direção objetiva e que as pessoas não facilitem".

Em conferência de imprensa, após uma reunião do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, disse que as 19 freguesias correspondem à totalidade dos concelhos de Odivelas (quatro) e Amadora (seis), seis do município de Sintra, duas de Loures e uma de Lisboa.

Entre as medidas a implementar nestas freguesias destaca-se o "dever cívico de recolhimento domiciliário", que implica que as pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar, ir às compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares.

Outras das medidas são a proibição de feiras e mercados de levante e "ajuntamentos limitados a cinco pessoas", realçou o governante, acrescentando que, em particular para este conjunto de freguesias, é adotado o reforço da vigilância dos confinamentos obrigatórios por equipas conjuntas da Proteção Civil, Segurança Social e Saúde Comunitária.

Portugal contabiliza pelo menos 1.549 mortos associados à covid-19 em 40.415 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, a pandemia de covid-19 atingiu os 17.767 casos confirmados, mais 240 do que na quarta-feira, o que corresponde a 77% dos novos contágios.

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