Corredor aéreo com o Reino Unido? "Não é em Portugal que está o risco"

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse hoje que "não há nenhuma razão" para a aplicação de quarentena no regresso ao Reino Unido, mas não quis antecipar o anúncio do Governo britânico sobre o corredor aéreo com Portugal.

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Lusa
26/06/2020 20:32 ‧ 26/06/2020 por Lusa

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Eduardo Cabrita

"Estamos, designadamente com o Reino Unido, a evidenciar aquilo que é óbvio: Portugal tem melhores indicadores de saúde pública e melhores indicadores de resposta à pandemia do que o Reino Unido. Por isso, não há nenhuma razão, de acordo com os critérios comparativos, para a existência de qualquer aplicação de regras de quarentena no regresso ao Reino Unido", disse o governante, à margem da apresentação do programa "Algarve Seguro", em Faro.

Em causa está a lista de países para os quais o Reino Unido vai criar corredores de viagem que evitam o cumprimento da quarentena imposta devido à pandemia de covid-19, cujo anúncio será efetuado na próxima segunda-feira.

Portugal é um dos países que tem manifestado interesse em negociar um "corredor aéreo" com o Reino Unido para poder receber turistas britânicos, que representaram quase 20% do total em 2019.

De acordo com alguns jornais britânicos, Portugal é considerado de "alto risco" e existe um "debate intenso" sobre a sua inclusão na lista de países com corredores aéreos com o Reino Unido.

Sem antecipar a resposta do Governo britânico, Eduardo Cabrita reforçou que "basta comparar os dados sanitários" para verificar que, "manifestamente, não é em Portugal que está o risco".

No seu discurso, o governante já tinha acusado "alguma imprensa de outros países" de, com "uma competitividade não inteiramente limpa", apontar dados pontuais que "não põem em causa a resposta" do Algarve à covid-19, relembrando que na região não existem pacientes internados nos cuidados intensivos.

Sobre outros Estados que colocaram restrições às entradas de passageiros de voos com origem em Portugal, o ministro da Administração Interna sublinhou que o país tem transmitido "viva discordância" em relação a essas decisões.

"Sem qualquer fundamento, mantêm práticas discriminatórias que violam aquilo que foi definido nas reuniões" entre os 27 Estados-membros da União Europeia, acrescentou sobre esses países.

Questionado também sobre a capa do jornal espanhol El País, que noticiou hoje o "confinamento de três milhões de portugueses", Eduardo Cabrita salientou que se trata de uma informação falsa.

"Manifestamente, não há três milhões de cidadãos confinados. Estamos a falar de um conjunto de 19 freguesias relativamente às quais existe o dever cívico de recolhimento, o que significa - como sabemos, já passámos todos por essa fase num quadro nacional - um dever de circunscrever as deslocações ao local de trabalho e à aquisição de bens alimentares essenciais", sustentou.

No Conselho de Ministros de quinta-feira, o Governo aprovou o dever cívico de recolhimento domiciliário em 19 freguesias de cinco dos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, designadamente de Lisboa, Sintra, Amadora, Odivelas e Loures, a partir de 01 de julho.

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