Portugal ficou de fora do corredor aéreo do Reino Unido, lista que foi divulgada esta sexta-feira pelo governo britânico. Na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta sexta-feira, este foi um dos temas analisados por Marta Temido, que não encontra justificação para esta decisão.
"Entendemos que é uma decisão que tenderá a evoluir num sentido mais favorável", mas "não há na situação epidemiológica portuguesa nada que justifique esta decisão". Resta ao país esperar "para verificar o que uma nova avaliação pode trazer", vincou a governante.
Acrescentou, neste sentido, a ministra com a pasta da Saúde que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças advertiu hoje que "este tipo de medidas não são as mais adequadas para controlar a pandemia".
Desde que a pandemia de Covid-19 chegou a Portugal, os lares de idosos têm sido severamente afetados. Aliás, "mais de 1/3 dos óbitos" associados ao novo coronavírus diz respeito "a pessoas institucionalizadas" nestas estruturas residenciais.
Foi recentemente feito "um aditamento" ao decreto que regulamenta estas unidades, sendo que os lares passarão a ser visitados por equipas de saúde públicas, da Segurança Social e da Proteção Civil. O objetivo, indicou, é "salvaguardar as boas práticas".
Quanto à possibilidade de as visitas aos lares de idosos poderem voltar a ser restringidas, explicou Marta Temido que isso já acontece nas instituições em que há casos confirmados da doença. Já quanto à extensão dessa medida a território nacional, "não se afigura proporcional".
As novas críticas de Medina
Fernando Medina voltou a dirigir críticas às autoridades de saúde, desta vez em relação à interrupção de inquéritos epidemiológicos ao fim de semana. O autarca de Lisboa defende que é preciso "fazer mais, melhor e mais rápido" no combate à pandemia na região. "Não acho normal haver interrupção da realização de inquéritos epidemiológicos ao fim de semana. O vírus não descansa", criticou.
Perante as palavras de Medina, Marta Temido limitou-se a assegurar que as autoridades de saúde estão "profundamente empenhadas em continuar a trabalhar e identificar situações de casos, de contactos e em cortar as cadeias de transmissão. Os demais aspetos acho que nos desfocam do que é o central da nossa atuação e os portugueses não nos perdoariam por isso".
34 surtos ativos
Portugal contabiliza, à data, 34 surtos ativos de Covid-19, o que levou a ministra da Saúde a admitir que os números registados não são os pretendidos.
"Os números não são ainda aqueles que gostaríamos de ter e vamos ter de continuar a empenhar o nosso melhor esforço para impedir a propagação epidémica", indicou.
Em relação à distribuição geográfica dos surtos, dos 34 ativos, 18 dizem respeito à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, cinco na ARS do Centro, cinco na ARS do Alentejo e seis na ARS do Algarve.
"Queremos aumentar a cobertura vacinal"
Este ano, e perante a possibilidade de Portugal poder vir a enfrentar uma nova vaga de Covid-19 no inverno, o "país decidiu adquirir 2 milhões de doses [de vacinas da gripe] no Serviço Nacional de Saúde", sendo que "os procedimentos concursais estão a decorrer".
Explicou Graça Freitas, que marcou igualmente presença na conferência, que "a grande aposta é começar a vacinar o mais precocemente possível e vamos começar por dois grupos que para nós são muito importantes: os profissionais de saúde (e os prestadores de cuidados) e idosos residentes em lares".
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[Notícia em atualização]