Marcelo Rebelo de Sousa está no Funchal e, à chegada, declarou que a situação na Madeira "permite a confiança e olhar para o futuro com uma esperança que é excecional e que eu vim aqui reconhecer e agradecer".
Questionado sobre a questão de não ser conhecido se os turistas que se deslocam ao arquipélago terão ou não de fazer quarentena no regresso ao Reino Unido, o Presidente da República referiu que tem "a certeza" de que vão "ser dissipadas estas dúvidas nos próximos dias".
"É tão grande a evidência dos factos - vim a ver os números comparados do que se passa na Madeira e do que se passa em diversos países europeus incluindo o Reino Unido - é tão patente a diferença no número de infetados, no número de infetados graves, no número de mortos que existem nesses países que, realmente, quando se fala em segurança, confiança, presente e futuro, a Madeira é um exemplo que é óbvio", declarou.
"Os números falarão por si e vão ser evidentes também nos nossos velhos aliados britânicos", acrescentou ainda Marcelo.
Falta de solidariedade do Estado nesta fase de pandemia para com a região?
Sobre esta questão, o chefe do Governo declarou que, "como em todas as histórias, o fim é o que importa". "E o fim está a ser aquilo que todos desejávamos", destacando, "por um lado, os passos dados no Orçamento Suplementar que são muito importantes, mas [também] o que vem a seguir."
"O Orçamento Suplementar é a abertura de uma porta, se quiser de duas portas. Essas duas portas têm depois a sequência: quer em diplomas legislativos no futuro, quer em termos de visão económica e financeira", sublinhou, acrescentando que "a solidariedade passa por isso: perceber que a Madeira, para poder corresponder a este momento de confiança e de esperança no futuro tem de dar passos fiscais, económicos e financeiros que precisam de ter a compreensão das forças políticas principais ao nível da Assembleia da República, em Lisboa, e de tudo aquilo que é responsável a nível da República em Portugal".
Miguel Albuquerque? "PR não pode estar a estimular ou a 'desestimular' candidatos"
Já sobre o encontro com o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, que afirmou ponderar uma candidatura à mais alta posição da Nação, Marcelo disse que "o Presidente da República não é candidato presidencial... é Presidente da República".
E "vê com alegria o aparecimento do maior número de candidaturas depois de convocadas as eleições em novembro. Mas cabe aos próprios decidirem se sim ou não avançam. O Presidente da República não pode estar a estimular ou a 'desestimular' candidatos", frisou. "O Presidente da República não comenta candidaturas presidenciais, como não comenta candidaturas regionais nem autárquicas. Ou legislativas. Não pode, não deve".
Questionado sobre o porquê de apenas agora se ter deslocado à Madeira, Marcelo Rebelo de Sousa foi taxativo: "Porque só agora foi possível. Teria de fazer quarentena e com a minha vida não era muito fácil. Até ao dia 1 de julho, para cumprir as regras, nisso o Presidente da República não tem nem deve ter um estatuto diferente da generalidade dos cidadãos".
De recordar que o Presidente da República deslocou-se hoje até à Madeira e visita, no domingo, a freguesia de Câmara de Lobos, alvo de uma cerca sanitária devido à Covid-19, confirmou à Lusa o gabinete do representante da República.
[Notícia atualizada às 20h03]