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Suspeito de rapto de Maddie importunou crianças em parque do Algarve

Pais denunciaram situação às autoridades, mas delito não teve consequências.

Suspeito de rapto de Maddie importunou crianças em parque do Algarve
Notícias ao Minuto

12:20 - 06/07/20 por Notícias Ao Minuto

País Maddie McCann

Vários pais revelaram ao programa da RTP1 ‘Sexta às 9’ que, há três anos, antes de ser detido na Alemanha, o suspeito do desaparecimento de Maddie foi apanhado a importunar sexualmente quatro crianças num parque infantil da São Bartolomeu de Messines, no Algarve. A informação é esta segunda-feira replicada pelo jornal britânico The Sun.

De acordo com os entrevistados, Christian Brueckner foi apanhado a masturbar-se debaixo do escorrega, onde estas crianças, entre os 9 e os 12 anos, brincavam durante a Festa do Caracol.

Ao verem o que o homem estava a fazer, os menores fugiram em pânico, chamaram os pais e estes a GNR. Christian Brueckner acabou detido pelas 2h da manhã, visivelmente alcoolizado, desculpando-de com o facto de que estava só a urinar.

Mais tarde, quando a GNR colocou o nome do suspeito no sistema percebeu que havia um mandado de detenção europeu e que este era procurado pela da Interpol.

Apesar disso e do flagrante delito cometido no parque infantil do Algarve, Christian Brueckner nunca foi julgado por este crime e permanece até hoje impune pelo mesmo.

Noélia Brás é mãe de uma das vítimas, uma menina que, na altura, tinha apenas oito anos. Ao programa, a mulher contou que quando as crianças alertaram para o caso, os pais dirigiram-se de imediato ao local e ainda apanharam o alemão com as calças descidas.

“Corremos e realmente o senhor estava debaixo do escorrega a masturbar-se, com as calças descidas. Quando o agarraram - os pais das crianças , ele ainda tinha as calças para baixo e nessa altura é que as puxou para cima”, revelou, adiantando que os homens “encostaram-no a um muro, ele pediu desculpa e disse que aquele foi o primeiro sítio que encontrou para fazer xixi”.

Já Carlos Cunha, pai de outra das vítimas de importunação sexual, admitiu que cercou o suspeito com “meia dúzia de pais”, para ele não fugir, mas que a atitude do mesmo foi muito estranha.

“Não se mexia, estava muito calmo, fazia de conta que não percebia, pouco falou, dizia que não tinha documentos”, explicou o homem.

Apesar de terem passado três anos, a mulher de Carlos, Elsa, ainda não esqueceu aquela noite.

“Eu sempre disse que se ele, naquele momento, tivesse pegado numa das crianças podia tê-la colocado numa carrinha e nós nunca mais a víamos. Estávamos numa festa, estávamos numa vila pequenina, onde toda a gente se conhece, o meu cunhado vive lá há muitos anos, conhece toda a gente, mas é óbvio que bastava agarrar uma das crianças e enfiá-la numa carrinha e fugia com ela para qualquer sítio. Foi essa a ideia que, há três anos, me passou pela cabeça. Fico muito assustada porque acho que tivemos muita sorte naquele momento”, desabafou.

Ainda durante a mesma entrevista, Noélia Brás contou a interação que Christian Brueckner teve com a filha.

“Na altura a minha filha tinha oito anos e ele dirigiu-se a ela em inglês e perguntou ‘what's your name’ [Como te chamas?, em português]. Ela ficou muito acanhada, obviamente não respondeu e contou-me mais tarde, nem me contou na altura”, explicou, acrescentando que não tem dúvidas de que esse suspeito é o mesmo do desaparecimento de Madeleine McCann.

“Olhando para as fotos não tenho dúvidas de que era ele. É uma pessoa perturbada, estranha, muito estranha”, disse.

Emocionada, Noélia revelou ainda que, quando surgiram as primeiras notícias de que Christian Brueckner era o principal suspeito do desaparecimento de Maddie, “foi complicado, bastante complicado perceber que alguém relacionado com tantos casos e tão perigoso” esteve próximo da filha, falou com ela e podia tê-la levado.

Os pais destas crianças confidenciaram à jornalista Sandra Felgueiras que as menores ainda hoje vivem com medo. “A minha filha tem medo, sabe que é o mesmo homem”, disse Noélia.

Recorde-se que Maddie estava de férias com os pais, Kate e Gerry McCann, e os irmãos gémeos, Sean e Amelie, quando desapareceu sem deixar rasto, a 3 de maio de 2007, de um apartamento da Praia da Luz, no Algarve.

Recentemente, as autoridades alemãs revelaram que Christian Brueckner era o principal suspeito do rapto da menina britânica e que tinham “sérias evidências” de que esta estava morta.

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