Vários pais revelaram ao programa da RTP1 ‘Sexta às 9’ que, há três anos, antes de ser detido na Alemanha, o suspeito do desaparecimento de Maddie foi apanhado a importunar sexualmente quatro crianças num parque infantil da São Bartolomeu de Messines, no Algarve. A informação é esta segunda-feira replicada pelo jornal britânico The Sun.
De acordo com os entrevistados, Christian Brueckner foi apanhado a masturbar-se debaixo do escorrega, onde estas crianças, entre os 9 e os 12 anos, brincavam durante a Festa do Caracol.
Ao verem o que o homem estava a fazer, os menores fugiram em pânico, chamaram os pais e estes a GNR. Christian Brueckner acabou detido pelas 2h da manhã, visivelmente alcoolizado, desculpando-de com o facto de que estava só a urinar.
Mais tarde, quando a GNR colocou o nome do suspeito no sistema percebeu que havia um mandado de detenção europeu e que este era procurado pela da Interpol.
Apesar disso e do flagrante delito cometido no parque infantil do Algarve, Christian Brueckner nunca foi julgado por este crime e permanece até hoje impune pelo mesmo.
Noélia Brás é mãe de uma das vítimas, uma menina que, na altura, tinha apenas oito anos. Ao programa, a mulher contou que quando as crianças alertaram para o caso, os pais dirigiram-se de imediato ao local e ainda apanharam o alemão com as calças descidas.
“Corremos e realmente o senhor estava debaixo do escorrega a masturbar-se, com as calças descidas. Quando o agarraram - os pais das crianças , ele ainda tinha as calças para baixo e nessa altura é que as puxou para cima”, revelou, adiantando que os homens “encostaram-no a um muro, ele pediu desculpa e disse que aquele foi o primeiro sítio que encontrou para fazer xixi”.
Já Carlos Cunha, pai de outra das vítimas de importunação sexual, admitiu que cercou o suspeito com “meia dúzia de pais”, para ele não fugir, mas que a atitude do mesmo foi muito estranha.
“Não se mexia, estava muito calmo, fazia de conta que não percebia, pouco falou, dizia que não tinha documentos”, explicou o homem.
Apesar de terem passado três anos, a mulher de Carlos, Elsa, ainda não esqueceu aquela noite.
“Eu sempre disse que se ele, naquele momento, tivesse pegado numa das crianças podia tê-la colocado numa carrinha e nós nunca mais a víamos. Estávamos numa festa, estávamos numa vila pequenina, onde toda a gente se conhece, o meu cunhado vive lá há muitos anos, conhece toda a gente, mas é óbvio que bastava agarrar uma das crianças e enfiá-la numa carrinha e fugia com ela para qualquer sítio. Foi essa a ideia que, há três anos, me passou pela cabeça. Fico muito assustada porque acho que tivemos muita sorte naquele momento”, desabafou.
Ainda durante a mesma entrevista, Noélia Brás contou a interação que Christian Brueckner teve com a filha.
“Na altura a minha filha tinha oito anos e ele dirigiu-se a ela em inglês e perguntou ‘what's your name’ [Como te chamas?, em português]. Ela ficou muito acanhada, obviamente não respondeu e contou-me mais tarde, nem me contou na altura”, explicou, acrescentando que não tem dúvidas de que esse suspeito é o mesmo do desaparecimento de Madeleine McCann.
“Olhando para as fotos não tenho dúvidas de que era ele. É uma pessoa perturbada, estranha, muito estranha”, disse.
Emocionada, Noélia revelou ainda que, quando surgiram as primeiras notícias de que Christian Brueckner era o principal suspeito do desaparecimento de Maddie, “foi complicado, bastante complicado perceber que alguém relacionado com tantos casos e tão perigoso” esteve próximo da filha, falou com ela e podia tê-la levado.
Os pais destas crianças confidenciaram à jornalista Sandra Felgueiras que as menores ainda hoje vivem com medo. “A minha filha tem medo, sabe que é o mesmo homem”, disse Noélia.
Recorde-se que Maddie estava de férias com os pais, Kate e Gerry McCann, e os irmãos gémeos, Sean e Amelie, quando desapareceu sem deixar rasto, a 3 de maio de 2007, de um apartamento da Praia da Luz, no Algarve.
Recentemente, as autoridades alemãs revelaram que Christian Brueckner era o principal suspeito do rapto da menina britânica e que tinham “sérias evidências” de que esta estava morta.