Solidarizando-se com a direção demissionária do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central, na sequência do desacordo relativamente à mobilização de médicos para o Lar de Reguengos de Monsaraz, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul "releva a dignidade e a coragem da tomada de posição dos responsáveis (...) ao assumirem a sua recusa em pactuar com os métodos ilegítimos utilizados pela ARS do Alentejo".
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o sindicato reforça que o modo de atuar da ARS do Alentejo "constitui um exemplo fortemente contrastante com a prática a que as administrações politicamente nomeadas nos têm habituado".
O SMZS sublinha que esta atitude vem confirmar as denúncias quanto à "ilicitude da mobilização forçada de médicos para trabalhar numa instituição e concelho diferentes daqueles em que estão colocados e contratados" e deixa críticas "à gestão casuística e sem critério dos recursos humanos disponíveis em tempo de pandemia".
Nesse sentido, o sindicato diz que "é tempo de acabar com a desorganização e com os tiques de autoritarismo" que julgava já não ter lugar na saúde, e apela novamente para que sejam "alterados os critérios de nomeação para os cargos de decisão em termos de gestão e planeamento da Saúde".
A par disso, o SMZS exige a substituição do conselho diretivo da ARS Alentejo que "comprovadamente não tem condições para continuar em funções".
Os dois responsáveis do ACES Alentejo Central, Maria Laurência Gemito e António Matos, demitiram-se na segunda-feira por não concordarem com a mobilização de médicos para o lar de Reguengos de Monsaraz, onde se localiza um surto de Covid-19 que já causou, segundo o último balanço, 14 mortes.