O Presidente da República voltou a defender esta sexta-feira que a situação epidemiológica do país contempla uma realidade que se concentra apenas na área da Grande Lisboa, uma realidade que alguns países confundem com a realidade nacional.
Em declarações aos jornalistas, Marcelo comentou que neste momento, em termos de desconfinamento, "há evoluções diversas nas várias sociedades".
"Há sociedades que apresentam números que lhes permitem, de uma forma unilateral, estabelecer limites à entrada ou à saída dos seus nacionais. E depois há sociedades como a portuguesa que não tem utilizado a retaliação, que não tem utilizado o olho por olho, dente por dente", distinguiu, enaltecendo a postura do país: "Com raríssimas exceções, nós não estabelecemos essas limitações em relação a Portugal Continental".
O chefe de Estado disse que as duas visões têm argumentos a favor e argumentos contra. "Nós entendemos que isto muda muito e que há situações que parecem muito boas e que depois se complicam um bocadinho, outras que parecem muito más e melhoram um bocadinho", defendeu.
No caso da situação portuguesa, frisou Marcelo, "há uma realidade localizada na preferia da Grande Lisboa que cobre determinadas freguesias, que não tem nada a ver com a região Norte, Centro, Algarve, nem com Madeira e Açores". Nas palavras do Presidente, trata-se de uma situação que "ainda não tem provocado stress no SNS".
"Há países que admitem isso e há outros que não, que misturam tudo, e nós evitamos retaliar, não vamos pela retaliação, evocando a evolução desses países", reforçou.
Marcelo anunciou no final da décima sessão com peritos no Infarmed que aquela seria a última reunião, justificando a decisão com a tendência de estabilização da incidência da Covid-19 a nível nacional e o facto de o combate à pandemia ser, nesta fase, mais localizado em cada concelho, freguesia ou bairro.