Centenas de populares e membros de associações reuniram-se, este domingo, para salvar os animais que resistiram ao fogo que matou 52 cães e dois gatos, na noite de sábado, em abrigos da freguesia da Agrela, em Santo Tirso.
As imagens do resgate são emocionantes e mostram o desespero dos animais que, combalidos, assustados e feridos, foram salvos.
Esta tragédia deixou muitos populares indignados porque a GNR impediu o acesso ao local. Os populares dizem que os animais podiam ser salvos, mas a GNR diz que os que podiam ser salvos já o tinham sido e acrescenta que impediu o acesso por ser propriedade privada e dada a violência das chamas.
De acordo com a Câmara Municipal de Santo Tirso (PS), morreram 52 cães e dois gatos. A autarquia, em comunicado, lamenta que a situação "esteja a ser alvo de instrumentalização política" para denegrir o trabalho do município no campo do bem-estar animal.
No comunicado, a câmara diz que quando o incêndio foi dado por dominado, já de madrugada, e na sequência do período de rescaldo, foi possível retirar com vida 110 cães que se encontravam no abrigo de animais.
Por outro lado, a autarquia rejeitou que os seus serviços tenham impedido pessoas de entrar no abrigo, remetendo responsabilidades para o comandante de operações de socorro.
O comunicado da GNR explicava: "É importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto de a Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar".
O PAN informou hoje que apresentou queixa ao Ministério Público por "crime contra animais de companhia" em Santo Tirso e pedirá esclarecimentos ao ministro da Administração Interna sobre a morte de dezenas de animais na sequência do incêndio.
O Bloco de Esquerda, por seu turno, anunciou que quer explicações dos ministros da Administração Interna e da Agricultura no parlamento, bem como da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), sobre a situação.
A associação Animal solicitou também ao Governo e ao parlamento que sejam apuradas responsabilidades no caso das mortes de animais naquele abrigo particular em Santo Tirso.