O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), esta segunda-feira, a abertura de um inquérito para o apuramento dos factos relacionados com a atuação da Guarda Nacional Republicana (GNR) e dos agentes de Proteção Civil no terreno, durante o incêndio que, no fim-de-semana, atingiu dois canis localizados em zona florestal da freguesia da Agrela, no concelho de Santo Tirso, e matou dezenas de animais.
O despacho assinado por Eduardo Cabrita começa por recordar que o incêndio que atingiu os abrigos em questão deflagrou em Sobrado, concelho de Valongo, no dia 17 de julho e que este foi apenas um dos 500 fogos ocorridos desde o início da situação de alerta, a 16 de julho.
Este mesmo incêndio propagou-se aos concelhos de Santo Tirso e Paços de Ferreira, tendo sido dominado no dia 19 de julho às 5h48. Contudo, antes de ser extinto, afetou dois canis localizados na zona florestal da freguesia da Agrela, concelho de Santo Tirso.
Nestes abrigos - 'Cantinho das Quatro Patas' e 'Abrigo de Paredes' - viviam ilegalmente centenas de animais e morreram, devido às chamas, pelo menos 52 cães e dois gatos.
Diz o MAI que, por esta tragédia ter sido "amplamente divulgada pelos órgãos de comunicação social" e por terem sido "apontadas eventuais falhas à atuação da Guarda Nacional Republicana (GNR) e dos agentes de Proteção Civil no terreno", decidiu pedir esclarecimentos à GNR e à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Depois de prestados esclarecidos pela parte de ambas as entidades e "atentas as dúvidas sobre os factos ocorridos na zona florestal da freguesia da Agrela e sobre a atuação das diferentes autoridades no terreno, relativamente à situação de emergência em apreço", o governante determinou à Inspetora-Geral da Administração Interna "a abertura de um inquérito aos factos reportados visando apurar eventuais responsabilidades".
Recorde-se que muitos populares, voluntários e associações de defesa dos animais acusam a GNR de não ter permitido que salvassem os animais, quando o fogo chegou aos canis, em nome da propriedade privada.
Leia Também: Abrigos de animais de Santo Tirso eram ilegais e tinham sido fiscalizados