Conhecido o relatório de situação desta segunda-feira (que dá conta de que não houve qualquer morte em Portugal nas últimas 24 horas, tendo sido registados 106 novos casos e 127 recuperados), Governo e DGS atualizam a informação relativa à infeção pelo novo coronavírus na habitual conferência de imprensa no Ministério da Saúde.
Lacerda Sales começou por dizer que o Governo e autoridade de saúde "têm analisado os números sempre com a maior cautela, sem euforias desmedidas quando a situação aparenta estar mais controlada, nem negativismos exacerbados quando as coisas não correm como gostaríamos".
Por isso, vincou o governante, "é com o mesmo estado de espírito e humildade, mas com a determinação de sempre, que hoje olhamos para a situação epidemiológica do país".
Relativamente ao facto de não se ter registado qualquer morte de ontem para hoje, Lacerda Sales afirmou ser "um motivo de grande satisfação". "Tem sido muito difícil nestes últimos tempos. Queria dizer que estamos muito felizes em que isto tenha acontecido. Olhamos para estes números com humildade, cautela, porque sabemos que de um momento para o outro esta situação se pode inverter", disse o secretário de Estado visivelmente emocionado, deixando uma mensagem de confiança e de esperança de que possa haver "muitos mais dias zero óbitos".
Questionado sobre a razão de se ter emocionado, Lacerda Sales explicou que "são muitos meses a anunciar mortes".
"Não é verdade que queremos testar menos"
Respondendo a questões dos jornalistas, o secretário de Estado assegurou que a estratégia do país não é a de reduzir a testagem. "Claro que não é verdade que queremos testar menos, pelo contrário, queremos duplicar a nossa capacidade de testagem e rede laboratorial". "Se queremos passar dos 12 mil testes diários para 24, 25 mil testes diários é porque queremos testar mais", reforçou, acrescentando que a estratégia é testar com método.
Lacerda Sales afirmou que a norma publicada no dia 24 de julho sobre rastreios de contactos veio "clarificar e normatizar os procedimentos que já eram os do terreno". "Isto é, deixar à avaliação do risco e à decisão das autoridades clínicas essa possibilidade de testagem. E, portanto, nada se altera", explicou, realçando que a norma veio clarificar a "importância que tem o isolamento profilático" na interrupção nas cadeias de transmissão.
No entanto, ressalvou, "estas normas são sempre reajustáveis em função da pandemia". "Não é verdade o que ouvi durante o fim de semana que deixava de ser obrigatória a realização de testes de diagnóstico em contexto de alto risco, porque essa avaliação sempre foi feita pela estratificação do risco e de acordo com a decisão das autoridades de saúde", reforçou.
"Portugal está a ir bem mais longe"
Lacerda Sales prosseguiu defendendo que Portugal "está a ir bem mais longe do que organizações e organismos internacionais que nos fazem recomendações no sentido de, eventualmente, se fazerem testes a contactos de alto risco sintomáticos, excluindo os assintomáticos. Portugal está a ir mais longe".
Profissionais de saúde infetados
Reportando a 30 de julho, o total acumulado de profissionais de saúde infetados é de 4.195, dos quais 553 médicos, 1.289 enfermeiros, 1.227 assistentes operacionais, 166 assistentes técnicos, 129 técnicos superiores de diagnóstico e tratamento e outros profissionais. Estão recuperados 3.559 profissionais de saúde.
Contactos próximos de casos podem ficar de baixa?
Rui Portugal, delegado de saúde em Lisboa e agora subdiretor-geral da Saúde, explicou que tendo as pessoas a situação regularizada em termos de emprego, é emitido um certificado de isolamento profilático pela autoridade de saúde que lhe garante, em relação à segurança social, uma cobertura em termos daquilo que é a sua permanência em casa. A essas pessoas é-lhes assegurado um rendimento através do Governo e da Segurança Social.
"Este é provavelmente o instrumento mais forte que temos na sociedade portuguesa em relação ao combate à pandemia", enalteceu. No entanto, este é um processo administrativo que se tenderá a aliviar assim que se consiga automatizar alguns desses procedimentos.
Nas situações de trabalhadores de uma economia informal, indicou, tem-se assistido a um "esforço por parte dos municípios" da AML sobre aquilo que é a capacidade de criar as condições, garantindo alimentação, algum rendimento base para pagar contas, um mínimo para um determinado bem-estar.
Recorde aqui a conferência de imprensa:
[Notícia em atualização]