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Apenas menos de um quarto dos educadores de infância "foram testados"

Menos de um quarto dos educadores de infância inquiridos pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) fez teste à covid-19 antes de voltar ao trabalho, segundo os resultados de uma consulta da organização sindical aos profissionais.

Apenas menos de um quarto dos educadores de infância "foram testados"
Notícias ao Minuto

13:47 - 04/08/20 por Lusa

País FENPROF

Dos 483 educadores de infância que responderam a um inquérito 'online', apenas 23,2% afirmaram ter sido testados, refere a Fenprof, que considera que "as orientações emanadas pelo Ministério da Saúde chegaram tarde".

Apesar de 96% terem recebido equipamentos de proteção individual, notou-se uma "evidente discricionariedade" conforme os concelhos. Máscara e gel desinfetante foram a regra, mas menos de 10% dos inquiridos receberam bata, avental ou proteção para os pés.

Isso significou "níveis de proteção e segurança muito diferentes, por vezes bastante mais baixos, o que não se pode aceitar", considera a federação sindical.

No inquérito verificou-se que na maioria dos casos (63,4%), a desinfeção dos estabelecimentos não foi feita por empresas especializadas, mas pelos trabalhadores não docentes dos agrupamentos de escolas, enquanto em 21% dos casos foram as câmaras municipais a assegurá-la.

As principais decisões foram entregues às câmaras municipais, "que não deviam ter tal responsabilidade", o que "provocou ansiedade e desconfiança, que explicam que uma parte significativa dos educadores considerasse que os jardins de infância só deveriam ter reaberto em setembro", considera a Fenprof.

O Ministério da Educação "'empurrou' para as direções dos agrupamentos a definição de critérios para gerir a situação", acusa.

A Fenprof exige da tutela respostas para setembro, como onde se vão arranjar espaços para subdividir turmas, como é que se subdivide sem haver mais pessoal e como é que se garantem distâncias mínimas de segurança em refeitórios ou a desinfeção constante de espaços e materiais.

Quer também saber de onde virão os equipamentos de proteção, que alternativas há para as atividades no exterior quando chover.

Quanto ao setor privado, a Fenprof aponta problemas específicos, como os horários de funcionamento mais alargados, que provocam "o aglomerado de crianças no mesmo espaço, no início e no final do dia, sem qualquer respeito pelas regras de distanciamento", e o número mais reduzido de pessoal docente

"Não podemos aceitar que a mês e meio da abertura do próximo ano letivo ainda existam tantas e tão preocupantes incógnitas relativamente à forma como irão decorrer as atividades na educação pré-escolar", salienta a federação.

Portugal regista hoje mais um morto e 112 novos casos de infeção por covid-19 em relação a segunda-feira, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).

De acordo com o relatório da situação epidemiológica da DGS, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 51.681 casos de infeção confirmados e 1.739 mortes.

A região de Lisboa e Vale do Tejo totaliza hoje 26.457 casos de covid-19 mais 68 do que na segunda-feira.

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