Foi apanhado esta quarta-feira, em flagrante, um homem suspeito de ter ateado mais de de 30 incêndios florestais ocorridos na zona de Sobrado - Valongo e Baltar, informa a Polícia Judiciária através de um comunicado.
A detenção feita pela Polícia Judiciária contou com a colaboração de diversas entidades, designadamente o Grupo de Trabalho do Norte de Redução das Ignições Florestais, a GNR, a ANEPC, ICNF, Bombeiros Voluntários e autarquias locais.
A PJ adianta que os incêndios terão sido provocados com recurso a isqueiro, num quadro repetitivo, que se estende no tempo, pelo menos desde o início de julho.
De acordo com a investigação, o detido, embora trabalhasse, conciliava tal atividade com a constante circulação, de dia e de noite, nas zonas florestais, "efetuando múltiplas manobras evasivas e condução errática, presumivelmente para despistar as autoridades".
A PJ sublinha que esta investigação teve que avocar consideráveis recursos humanos e materiais, para concretizar a detenção na sequência de mais um incêndio ateado.
PJ "convencida de que suspeito ateou fogo que atingiu canis em Santo Tirso
"A permanente deflagração de ignições florestais nas zonas de Valongo e Baltar tem originado um esforço considerável por parte dos Bombeiros e entidades responsáveis pela conservação da floresta, que há muito aclamavam a resolução da situação", sublinha a autoridade, dando ainda conta que o incêndio que vitimou dezenas de animais, num abrigo em Agrela - Santo Tirso, teve origem em Valongo, "pelo que que a imputação de também esta ignição está a ser avaliada pela investigação".
Em declarações aos jornalistas, numa conferência de imprensa feita depois de revelado o comunicado, a PJ disse estar "convencida" de que o suspeito é o autor do incêndio que atingiu os abrigos ilegais de animais.
"O início desse incêndio - que depois tomou os abrigos [de animais na serra da Agrela, em Santo Tirso], e levou à morte daqueles animais - ocorreu exatamente naquela que era a zona de atuação do suspeito [detido hoje]. E o local onde começou, a forma como começou e alguns elementos que ligam a presença dele naquele local nos momentos que antecederam o início da ignição, faz-nos convencer que esse terá sido também um dos incêndios que tiveram origem no comportamento dele", disse esta tarde o diretor da Diretoria Norte da PJ, Norberto Martins.
O detido, de 29 anos de idade, tem antecedentes policiais por crime de incêndio florestal. Tem a profissão de eletricista e vai ser presente à competente autoridade judiciária, para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.