Covid-19: Senhora d'Agonia celebrada em missa campal para 800 pessoas

O presidente da Câmara de Viana do Castelo anunciou hoje uma missa campal em honra da Senhora d'Agonia que decorrerá no espaço público situado em frente ao templo da padroeira dos pescadores e que terá capacidade para 800 pessoas.

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Lusa
13/08/2020 21:19 ‧ 13/08/2020 por Lusa

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"Todo o espaço ajardinado em frente ao santuário de Nossa Senhora d'Agonia vai ser vedado. Vamos lá colocar 800 cadeiras. Haverá pontos de entrada e de saída, para que se cumpram todas as regras e se possa celebrar a padroeira da cidade", afirmou hoje o José Maria Costa.

Este ano, pela primeira vez em mais de 248 anos, por causa do surto do novo coronavírus, os números da Romaria d'Agonia, que decorre entre os dias 19 e 23, e que são habitualmente vividos nas ruas da cidade, serão celebrados em formato digital, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.

Hoje, em declarações aos jornalistas no final da reunião camarária, o autarca socialista explicou que o acompanhamento da missa campal vai decorrer em "articulação com a paróquia de Monserrate e o apoio dos escuteiros".

"Normalmente não tínhamos tanta gente na celebração eucarística. Este ano, como não há procissão não vem tanta gente. Há um espaço confortável e com distanciamento social para que as pessoas possam cumprir as regras", disse.

Em causa está a celebração do dia 20 de agosto, dedicado a Nossa Senhora d'Agonia, padroeira dos homens do mar. Inicialmente tinha sido anunciado que a data seria celebrada presencialmente, na igreja que lhe está dedicada no Campo d'Agonia, mas com limitações determinadas pelas autoridades de saúde e pela Confederação Episcopal Portuguesa relativamente às celebrações litúrgicas.

O culto à Senhora d'Agonia tem a sua primeira referência escrita em 1744. Já a procissão ao rio e ao mar, em sua honra, cumpre-se sempre a 20 de agosto, desde 1968, número que, habitualmente, juntava milhares de pessoas nas margens do rio Lima para ver e saudar a procissão, envolvendo mais de uma centena de embarcações de pesca e de recreio.

Além da missa campal, José Maria Costa adiantou que, na doca, onde o bispo da diocese celebrava a homilia, antes da procissão ao mar e ao rio, haverá outro momento simbólico.

"Será instalada na doca a traineira Monsenhor Daniel Machado, onde o bispo habitualmente fazia a celebração, e no seu interior será colocada uma imagem da Senhora d'Agonia", especificou.

José Maria Costa adiantou também que "a comissão de festas vai colocar quatro carros alegóricos em exposição nas praças principais da cidade para dar um sinal de festa, apesar dos constrangimentos" impostos pela pandemia de covid-19.

"Um dos carros terá o cartaz da festa, e o outro será o da famosa Caravela", referindo -se a um dos carros emblemáticos do cortejo histórico-etnográfico.

Relativamente aos restantes dois carros alegóricos escusou-se a desvendar mais pormenores.

Este ano, segundo José Maria Costa, Câmara vai dar um apoio de cerca de 150 mil euros à comissão de festas para suportar as iniciativas que vão assinalar a edição 2020, como "exposições, produção de conteúdos, fogo de artificio para as alvoradas, entre outras.

"Este ano, o valor é muito menor. Normalmente, nas festas da Agonia tínhamos um investimento, quer de transferências de verbas do município, quer de exploração do terrado pela comissão de festas, de meio milhão de euros. Este ano o valor é substancialmente inferior, mas há despesas com várias iniciativas que nós assumimos. Não se podia fazer a festa nos moldes convencionais, mas há coisas que poderíamos e deveríamos fazer para dar a cidade um ar de festa para quem nos visita", referiu.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 749 mil mortos e infetou mais de 20,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.770 pessoas das 53.548 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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